Livni entra no governo de Netanyahu para negociar com palestinos
Internacional|Do R7
Jerusalém, 19 fev (EFE).- A ex-ministra das Relações Exteriores de Israel e líder da formação Hatnuah, Tzipi Livni, participará da coalizão governamental liderada pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu para relançar o processo de paz com os palestinos, informaram ambos os políticos em entrevista coletiva concedida em Jerusalém. Livni, que nos últimos anos foi rival de Netanyahu, afirmou que entrava no governo com o objetivo de "lutar por um acordo" de paz. "Há dois meses e meio criamos o partido Hatnuah e nos comprometemos a lutar por um acordo de paz, inclusive se politicamente não foi o mais conveniente", disse Tzipi Livni. Segundo a ex-ministra, nas conversas que os dois tiveram ela obteve a "autoridade" necessária para levar o processo adiante. "O processo de paz está no centro de nossa atividade, e é o que traz aqui o presidente dos Estados Unidos", afirmou a dirigente sobre a visita de Barack Obama a Israel, programada para março. Netanyahu afirmou que "o compromisso com o processo de paz é o que criou esta cooperação" e argumentou que as ameaças sofridas por Israel pelo "Irã, Síria e Hezbollah" tornam necessário um governo o mais amplo possível. O líder concedeu dois ministérios ao Hatnuah, entre eles a pasta da Justiça, que será dirigida por Livni. "Junto ao nosso compromisso com os assuntos de segurança, é preciso fazer todo esforço possível para movimentar o processo de paz com os palestinos", disse Netanyahu. O processo, que está paralisado desde setembro de 2010, ficará nas mãos de Livni, mas será o primeiro-ministro que definirá suas linhas gerais. "Será criada uma equipe de ministros e se negociará de acordo com linhas gerais como determinei a Livni", explicou. O Hatnuah, que obteve seis cadeiras nas eleições de janeiro, é o primeiro partido que se une ao governo da coalizão direitista Likud Beiteinu. O partido de Livni receberá o Ministério do Meio Ambiente. Ainda não foi definido se a segunda maior força parlamentar, o partido Yesh Atid, do ex-jornalista Yair Lapid, participará da coalizão de Netanyahu. O partido ultradireitista Habait Hayehudi, liderado por Naftali Benet, também não chegou ainda a um acordo para se unir ao próximo gabinete. E as facções ultra ortodoxas judias, Shas e Judaísmo Unido da Torá, mostraram claramente sua disposição de participar do Executivo, embora ainda não tenham anunciado nenhum acordo para isso. EFE elb-aca/dk