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Malinês considerado herói durante ataques em Paris recebe cidadania francesa

Internacional|Do R7

PARIS (Reuters) - Um malinês considerado herói por salvar a vida de reféns quando um militante islâmico atacou um supermercado judeu em Paris neste mês recebeu a cidadania francesa nesta terça-feira.

Lassana Bathily, de 24 anos, participou de uma cerimônia lotada para a concessão da naturalização acompanhado do ministro do Interior da França, Bernard Cazeneuve, e do primeiro-ministro do país, Manuel Valls.

"Estou tão feliz por ter dupla nacionalidade", disse Bathily, sorrindo, que também recebeu uma medalha por seus atos. "Viva a liberdade, a solidariedade, vida longa à França."

Bathily, que chegou à França vindo do Mali em 2006 e recebeu sua carteira de trabalho cinco anos depois, foi elogiado por salvar muitas vidas no ataque de 9 de janeiro em que quatro pessoas morreram no mercado no leste de Paris.


Ataques anteriores na mesma semana mataram outras 13 pessoas, a maioria delas na redação do jornal satírico Charlie Hebdo.

Apontado por Cazeneuve e Valls como um modelo de decência e valores republicanos, Bathily tentou obter a nacionalidade francesa durante anos, que foi recusada em 2011. Ele recebeu seu novo passaporte pelas mãos de Valls nesta terça-feira.


O funcionário estava no setor de armazenamento na parte de trás do mercado quando Amedy Coulibaly, o militante islâmico depois morto pela polícia, invadiu a loja.

"Quando ouvi os tiros, vi um monte de gente correndo... dizendo 'socorro, socorro, eles estão aqui, os assassinos, eles entraram no mercado!'", disse Bathily à BFM-TV num entrevista na semana passada.


Bathily, que havia trabalhado no mercado por quatro anos, colocou os clientes em pânico numa câmara de armazenamento a frio, onde esperaram o ataque acabar. Ele disse que tentou convencer os outros a escapar por um elevador, mas estavam preocupados de que o barulho poderia chamar a atenção de Coulibaly.

Considerando o risco, Bathily fugiu do mercado e foi prontamente algemado pela polícia, que o interrogou durante uma hora e meia, disse ele.

Depois de finalmente convencer os agentes de que era um funcionário, Bathily descreveu a planta do mercado para a polícia a fim de ajudar os agentes a prepararem a ofensiva.

Bathily, um muçulmano praticante que rezava numa sala nos fundos do mercado judeu durante suas pausas, disse à BFM-TV que ajudar o próximo era algo perfeitamente normal.

"Sim, eu ajudei os judeus a sair. Nós somos irmãos", disse ele. "Não é uma questão de sermos judeus ou cristãos ou muçulmanos, estamos todos no mesmo barco. Você ajuda para que possa superar esse ataque."

(Reportagem de Alexandria Sage e Pauline Mevel)

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