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Morre aos 92 anos Phuntsok Wangyal, fundador do Partido Comunista Tibetano

Internacional|Do R7

Pequim, 31 mar (EFE).- O político Phuntsok Wangyal, fundador do Partido Comunista Tibetano e mediador entre o regime chinês e o Dalai Lama, morreu no domingo em um hospital de Pequim aos 92 anos após uma longa doença pulmonar, informaram nesta segunda-feira fontes próximas a sua família à emissora "Radio Free Asia". Wangyal, nascido em 1922 em Batang (província central chinesa de Sichuan), criou o partido na clandestinidade nos anos 40 e organizou uma guerrilha que lutou contra o então governante Partido Nacionalista Kuomintang, em parceria com os comunistas chineses de Mao Tsé-tung. Embora a legenda compartilhasse traços ideológicos com o Partido Comunista da China, como a luta contra o feudalismo e a modernização da economia, seu objetivo inicial, ao contrário do das forças maoístas, era estabelecer um estado tibetano socialista e independente. Após a vitória dos comunistas chineses contra o Kuomintang na guerra civil (1945-49), Wangyal e seu partido se uniram ao Partido Comunista da China, abandonando o independentismo e colaborando com Pequim na criação da região autônoma do Tibete. Wangyal também foi tradutor do Dalai Lama na viagem que o líder espiritual, ainda adolescente, realizou a Pequim entre 1954 e 1955, nos primeiros anos, época de aparente cooperação entre o nascente regime comunista e as autoridades tradicionais tibetanas. Mas em 1960, um ano depois das revoltas em Tibete contra a ocupação comunista que terminaram com o exílio do Dalai Lama, Wangyal foi preso na penitenciária de Qincheng, famoso local de detenção de líderes comunistas expurgados em Pequim, onde passou os 18 anos seguintes. Sua esposa, um de seus irmãos e seus filhos também foram presos nessa época, e sua mulher morreu na prisão sem saber se ele continuava vivo. Finalmente o líder tibetano, também conhecido popularmente como "Phunwang", foi libertado e politicamente reabilitado em 1978, dois anos depois da morte de Mao, e chegou a receber a oferta de se tornar o presidente da região autônoma do Tibete, o que rejeitou. Wangyal passou o resto de sua vida em Pequim, e ficou conhecido também pelas tentativas de convencer os líderes do governo central de buscarem uma reconciliação com o exílio tibetano e de permitirem o retorno de Dalai Lama, desejo expressado em várias cartas dirigidas ao então presidente da China Hu Jintao (2003-2013). O Dalai Lama enviou uma mensagem de condolências pela morte do amigo. "Era um homem sincero e honesto, e desfrutei de sua companhia sempre que nos encontramos. Tinha a esperança de voltar a vê-lo, mas não pôde ser", disse o líder espiritual em mensagem enviada de sua residência em Dharamsala (na Índia). EFE abc/cd

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