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Negociações sobre ajuda a milhões de pessoas na Síria continuam

Assistência humanitária aos mais de 2,4 milhões de habitantes da região de Idlib pode ser cortada em breve após veto da Rússia

Internacional|Do R7

Ajuda humanitária na Síria está em vigor desde 2014
Ajuda humanitária na Síria está em vigor desde 2014

Diplomatas da ONU (Organização das Nações Unidas) continuaram neste domingo (10) as negociações para prolongar a ajuda transfronteiriça a milhões de pessoas que vivem no noroeste da Síria, controlado por rebeldes, em meio a temores de que a assistência possa ser cortada em breve.

Em vigor desde 2014, a ajuda humanitária internacional que transita através da passagem de Bab al-Hawa, na fronteira entre Síria e Turquia, deve ser suspensa à meia-noite de domingo, depois de a Rússia ter vetado na sexta-feira um projeto de resolução para prorrogar por um ano a autorização desse mecanismo sem a aprovação do regime sírio.

De acordo com diplomatas, a Rússia segue insistindo em uma extensão limitada de seis meses, possivelmente renovável, para que a ONU possa usar a travessia, que evita as áreas controladas pelo regime.

Os 10 membros não permanentes do Conselho de Segurança propuseram uma prorrogação de nove meses para sair do bloqueio, segundo fontes diplomáticas. Mas, por enquanto, nenhum acordo foi alcançado.


A ajuda é destinada aos mais de 2,4 milhões de habitantes da região de Idlib, no noroeste, em grande parte sob o controle de grupos jihadistas e rebeldes.

"As negociações continuam", disse à AFP um diplomata em Nova York sob condição de anonimato. "Estamos agarrados onde estávamos na sexta-feira", contou um embaixador que também não quis ser identificado.


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Para a Rússia, que tem poder de veto no Conselho de Segurança, a ajuda só deve ser entregue de Damasco pelas linhas de frente no noroeste do país.

Moscou reduziu consideravelmente o dispositivo nos últimos anos, já que acredita que viola a soberania da Síria.


"A Rússia não mudou sua posição", afirmou neste domingo outro embaixador de um país membro do Conselho de Segurança, sob anonimato.

Uma votação do Conselho de Segurança no início desta semana ainda é possível, de acordo com várias fontes. O Conselho já estendeu o mecanismo para além da sua data de vencimento.

Sem um acordo, a ajuda internacional poderia continuar sendo enviada de outras formas a serem definidas, mas sem a mesma eficiência.

"Os grupos humanitários que colaboram com a ONU, que operam em zonas francas, têm um plano de intervenção de emergência [caso a autorização da ONU não seja prorrogada]", disse neste domingo Mazen Allouch, um representante rebelde na passagem de Bab al-Hawa.

Porém, segundo ele, as reservas disponíveis não serão suficientes para mais que um mês.

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