Nove cidadãos turcos são detidos por duplo atentado na fronteira com a Síria
Internacional|Do R7
Ancara, 12 mai (EFE).- A Polícia deteve nove cidadãos turcos que confessaram seu envolvimento no duplo atentado com carro-bomba realizado no sábado em uma cidade turca na fronteira com a Síria e que causou 46 mortos e uma centena de feridos. "Uma organização terrorista vinculada à inteligência síria está por trás do ataque. Até agora nove pessoas foram detidas. Tudo isto se determina por suas declarações e confissões", explicou em entrevista coletiva o vice-primeiro-ministro turco, Besir Atalay. Entre os detidos está o suposto cérebro do atentado na cidade de Reyhanli, que fica a cerca de 60 mil habitantes situada no sul da província mediterrânea turca de Hatay, segundo Atalay. "Digo abertamente que uma organização terrorista vinculada à Mukhabarat (os serviços secretos sírios) é a responsável. Temos todos os detalhes. Um dos nove detidos é o organizador do atentado", declarou o ministro do Interior, Muammer Guler, que também participou da entrevista coletiva. As autoridades turcas não quiseram dar mais detalhes sobre os detidos, já que a operação policial ainda está aberta. Elas também afirmaram que o número de mortos é de 46 até o momento, dos quais 38 foram identificados, 35 nascidos na Turquia e três na Síria. O de feridos é de mais 100, dos quais 55 ainda estão hospitalizados, 24 em estado grave. "Este atentado é uma provocação destinada a criar sentimentos negativos para os refugiados sírios. Os refugiados não têm nada a ver com este ataque", destacou Atalay. O duplo atentado com carro-bomba é o ataque mais fatal em solo turco desde o começo do conflito na vizinha Síria, em março de 2011, e que já causou cerca de 70 mortes, segundo dados das Nações Unidas. As explosões causaram uma enorme devastação na cidade, danificaram mais de 60 veículos e um total de 121 imóveis, de acordo com os dados oficiais. As declarações do vice-primeiro-ministro turco vêm ao encontro do discurso na Síria, que, através de seu ministro da Informação, Omran al Zubi, negou qualquer envolvimento de seu Governo no atentado. "Ninguém tem direito na Turquia de divulgar acusações falsas contra a Síria", afirmou Al Zubi, segundo o canal de televisão oficial. EFE dt-ll/ma-dr