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O futuro do povo palestino não pode passar pelo Hamas

O povo palestino merece autodeterminação, mas é preciso que ele se liberte do domínio de organizações terroristas

Internacional|Cláudio Luiz Lottenberg*, especial para o R7

A opressão imposta pelos terroristas do Hamas sufoca os palestinos e impede a possibilidade de paz com Israel Reprodução/Record News - 15.01.2025

O bem sempre triunfa, ainda que, em alguns momentos da história, a escuridão pareça prevalecer. O povo palestino merece autodeterminação, mas para que isso aconteça de maneira justa e duradoura, é essencial que ele se liberte do domínio de organizações terroristas, em especial o Hamas. A opressão imposta por esse grupo não apenas sufoca os palestinos, mas também impede qualquer possibilidade real de paz com Israel, um país que, em sua quase totalidade, apoia a criação de um Estado palestino — desde que este respeite a existência de Israel e garanta a segurança de suas populações.

Infelizmente, os palestinos da Faixa de Gaza entregaram um poder desproporcional ao Hamas, que, ao invés de construir um futuro melhor para seu povo, desviou recursos para o terror e a destruição. Já a Autoridade Palestina, que governa a Cisjordânia, falhou miseravelmente em garantir qualquer segurança para Israel, perpetuando discursos de ódio e incentivando ataques contra civis. Com essas lideranças, qualquer tentativa de paz sempre esteve fadada ao fracasso.

Olhando para a história, percebe-se que o mundo foi, por muito tempo, indiferente ao destino dos palestinos. Jordânia e Egito, que governaram a Cisjordânia e Gaza, respectivamente, entre 1948 e 1967, jamais permitiram a criação de um Estado palestino. Nenhuma pressão internacional foi feita sobre esses países para garantir um lar para os palestinos, o que demonstra que a questão nunca foi realmente sobre autodeterminação, mas sobre a recusa em aceitar a existência de Israel.

Quem hoje enxerga o conflito sem compreender sua origem ignora que a solução de dois Estados já foi proposta e rejeitada reiteradas vezes pelos próprios líderes árabes e palestinos. No entanto, surge agora uma esperança: os cidadãos palestinos começam a se revoltar contra o Hamas, abrindo caminho para um futuro em que possam escolher líderes comprometidos com a paz e o progresso. A cada dia, fica mais evidente que o Irã, principal patrocinador do Hamas, foi o grande responsável por um banho de sangue que custou vidas tanto israelenses quanto palestinas. Diferentemente do que muitos dizem, nem o Irã, nem o Hamas lutam pela criação de dois Estados, mas sim pela destruição de Israel. E com quem deseja aniquilar a sua existência, não há negociação possível.


O que causa enorme estranheza é que, para quem desconhece a história, certos equívocos até poderiam ser compreensíveis, mas para aqueles que participam ativamente da geopolítica internacional — e particularmente para a ONU —, ignorar essa realidade é um verdadeiro absurdo. A própria ONU, por meio de sua agência de ajuda humanitária para os palestinos, tem sido cúmplice, ainda que indiretamente, do fortalecimento do terrorismo. Recursos destinados à assistência humanitária foram desviados sistematicamente para sustentar o Hamas e sua máquina de guerra. Como é possível que, em pleno século XXI, a comunidade internacional ainda não tenha reconhecido que está financiando, com suas próprias mãos, um regime terrorista que oprime seu próprio povo e ameaça a segurança de Israel? Essa realidade precisa ser exposta de forma clara e incontestável.

No centro de qualquer negociação para um cessar-fogo definitivo está uma questão inegociável: a libertação dos reféns sequestrados pelo Hamas. Enquanto civis inocentes continuarem sendo usados como moeda de troca, qualquer trégua será apenas temporária e artificial. Não pode haver paz sem justiça, e justiça significa trazer todos os reféns de volta para suas famílias.


A verdadeira esperança para a paz não virá de resoluções vazias ou de condenações seletivas da comunidade internacional. Ela virá quando o povo palestino escolher um futuro diferente, longe do terror e da manipulação externa. O bem sempre triunfa — e, para que isso aconteça, é preciso romper definitivamente com aqueles que usam o sofrimento de seu próprio povo como instrumento de poder.

*Cláudio Luiz Lottenberg é médico oftalmologista e presidente da Confederação Israelita do Brasil (CONIB)

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