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O que é o Círculo de Fogo do Pacífico e o que ele tem a ver com o terremoto na Rússia?

Tremor de magnitude 8,8 na costa leste russa, que gerou tsunami no Japão e Havaí, ocorreu na área mais sismicamente ativa do planeta

Internacional|Do R7

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RESUMO DA NOTÍCIA

  • Terremoto de magnitude 8,8 na costa da Rússia gerou tsunami que atingiu Japão e Havai.
  • Evento ocorreu no Círculo de Fogo do Pacífico, região mais sismicamente ativa do planeta.
  • O movimento de placas tectônicas causa frequentes terremotos e riscos de tragédias em áreas populosas.
  • Mais de 2.000 moradores foram evacuados na Rússia e alertas de tsunami foram emitidos para várias nações da América Latina.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

Países têm alerta de tsunami após terremoto na Rússia Reprodução/Boletim JR 24H

Um terremoto de magnitude 8,8 foi registrado na costa leste da Rússia na noite de terça-feira (29). O tremor gerou um tsunami que atingiu regiões do Japão e do Havaí e colocou países da América Latina em alerta.

Esse evento ocorre em uma região conhecida como Círculo de Fogo do Pacífico, a área mais sismicamente ativa do mundo. Abaixo, o R7 explica o que é esse termo e por que ele é importante para entender desastres como o desta terça.


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O que é o Círculo de Fogo do Pacífico?

O Círculo de Fogo do Pacífico é uma região em forma de ferradura que se estende por cerca de 40 mil quilômetros ao redor do Oceano Pacífico. Ele abrange diversas regiões, como:

  • Rússia (onde ocorreu o terremoto de magnitude 8,8);
  • Japão (atingido por ondas de até 1,3 metro);
  • Havaí, Estados Unidos (com ondas de 1,74 metro);
  • Canadá, Sudeste Asiático e Oceania (como Indonésia e Filipinas); e
  • Américas (incluindo Chile, Equador, Peru, México e outras nações costeiras).

Essa área é muito famosa por ser o lar de pelo menos 450 vulcões ativos e pela alta incidência de terremotos.


Segundo a Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA) dos EUA, nove em cada dez terremotos no mundo ocorrem no Círculo de Fogo. Em média, sismógrafos registram algum tipo de abalo na região a cada cinco minutos.

Por que o Círculo de Fogo é tão ativo?

A resposta está nas placas tectônicas, grandes blocos de rocha sólida que formam a crosta terrestre e se encaixam como peças de um quebra-cabeça.


Essas placas estão em constante movimento, e o Círculo de Fogo é uma região onde há muitos encontros entre elas, especialmente em zonas de subducção. Nessas zonas, uma placa tectônica desliza sob a outra, gerando enorme pressão.

Essa pressão pode ser liberada de duas formas principais:


  • Terremotos: quando as placas “se soltam” após acumular energia, o deslizamento repentino causa tremores. Foi exatamente isso que aconteceu na Rússia, onde o terremoto de magnitude 8,8 ocorreu em uma zona de subducção no Pacífico, a 19,3 km de profundidade, desencadeando um tsunami; e
  • Atividade vulcânica: a pressão da placa que desliza para baixo empurra o magma em direção à superfície, formando vulcões. Muitos dos 450 vulcões ativos do Círculo de Fogo nasceram assim.

O terremoto na Rússia, por exemplo, ocorreu próximo a uma falha geológica onde placas tectônicas colidem, gerando o tremor que deslocou o fundo do oceano e formou ondas de tsunami que chegaram a até 5 metros.

Ilustração mostra localização do Círculo de Fogo do Pacífico Divulgação/Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS)

Por que o Círculo de Fogo é tão perigoso?

Além da intensa atividade geológica, o Círculo de Fogo é perigoso porque abrange áreas com alta densidade populacional. Países como Indonésia, Japão, Filipinas e Tailândia têm milhões de pessoas vivendo perto das zonas sísmicas.

Essa combinação de tremores frequentes e grandes populações aumenta o risco de tragédias. O Círculo de Fogo foi palco de dois dos maiores desastres naturais do século 21: o tsunami de 2004, que atingiu a Tailândia e a Indonésia; e o tsunami de 2011, que devastou o Japão.

O que se sabe sobre o terremoto desta terça

O epicentro do terremoto foi registrado a 125 km a sudeste de Petropavlovsk-Kamchatsky, uma cidade de 165 mil habitantes na Península de Kamchatka, no extremo leste da Rússia.

O tremor, que ocorreu a 19,3 km de profundidade no Oceano Pacífico, foi o mais forte desde 2011, segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS).

A localização rasa e a alta magnitude do tremor contribuíram para a formação de um tsunami que se propagou pelo oceano, atingindo países a milhares de quilômetros de distância.

Na Rússia, ondas de 3 a 5 metros inundaram a Península de Kamchatka e as Ilhas Curilas. Em Severo-Kurilsk, portos foram destruídos, e em Yelizovo, instalações de processamento de pescado e até um jardim de infância sofreram danos. Mais de 2.000 moradores foram evacuados, com relatos de feridos leves.

No Japão, ondas de até 1,3 metro atingiram o norte do país, levando à evacuação de cerca de 1,9 milhão de pessoas em 21 cidades costeiras. No Havaí, uma onda de 1,74 metro foi registrada, e áreas costeiras foram evacuadas por precaução.

Além disso, países como Chile, Equador, Peru, Colômbia, México e outras nações da América Central estão sob alerta para ondas que podem variar de 1 a mais de 3 metros, segundo o Sistema de Alertas de Tsunami dos EUA.

Especialistas alertam que a primeira onda de um tsunami nem sempre é a mais perigosa. Um terremoto de magnitude 8,8, como o registrado, pode gerar ondas que continuam a se propagar por horas, ou até pelo dia seguinte.

Por isso, as autoridades mantêm os alertas ativos e recomendam que a população em áreas costeiras siga as orientações de evacuação.

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