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O que está por trás da mudança de governo na Ucrânia em meio à guerra com a Rússia?

Zelensky anunciou substituição do primeiro-ministro e outras mudanças no alto escalão do governo na segunda-feira (14)

Internacional|Do R7

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O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, conversa com Yulia Svyrydenko, indicada para se tornar primeira-ministra Divulgação/Volodymyr Zelensky

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, anunciou na segunda-feira (14) uma significativa reformulação no governo do país, propondo a substituição do primeiro-ministro Denys Shmyhal por Yulia Svyrydenko, atual ministra do Desenvolvimento Econômico e Comércio.

A decisão, que ainda precisa ser aprovada pelo Parlamento ucraniano, onde o partido de Zelensky, Servo do Povo, detém a maioria, marca a maior mudança no alto escalão do governo desde o início da guerra contra a Rússia, em fevereiro de 2022.


RESUMO DA NOTÍCIA

  • Zelensky anunciou uma reformulação no governo da Ucrânia, propondo a troca do primeiro-ministro e outras mudanças significativas.
  • Yulia Svyrydenko, nova proposta para primeiro-ministro, é aliada de Zelensky e irá priorizar a economia e a produção de armas.
  • A reformulação ocorre em um momento de intensificação dos ataques russos e crescente pessimismo entre os ucranianos sobre a guerra.
  • Críticos questionam se as mudanças são reais ou uma manobra de Zelensky para consolidar poder, e o Parlamento votará as mudanças em breve.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

Zelensky comunicou a proposta em publicações nas redes sociais. Ele justificou a decisão argumentando que há uma necessidade de “renovar” o governo em meio aos desafios da guerra, que já se estende por mais de três anos.

Yulia Svyrydenko, de 39 anos, é uma aliada de longa data do presidente e de seu conselheiro próximo, Andriy Yermak.


Ela ganhou destaque ao liderar negociações com o governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre um controverso acordo para compartilhamento de lucros dos recursos naturais da Ucrânia, uma condição exigida pelo norte-americano para maior cooperação militar.

Svyrydenko também discutiu com Zelensky planos para aumentar a produção nacional de armas — essencial para o esforço de guerra — e fortalecer a rede de segurança social, desgastada pelo conflito.


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Mudanças estratégicas no governo

Além da indicação de Svyrydenko, Zelensky anunciou outras mudanças significativas. Denys Shmyhal, que está no cargo de primeiro-ministro desde março de 2020 — o mais longo mandato de um chefe de governo desde a independência da Ucrânia, em 1991 —, foi indicado para assumir o Ministério da Defesa, substituindo Rustem Umerov.

Umerov, por sua vez, foi proposto como novo embaixador da Ucrânia nos EUA após a atual enviada, Oksana Markarova, envolver-se em um escândalo relacionado a uma visita de Zelensky a um estado norte-americano durante a campanha eleitoral dos EUA.


Zelensky justificou as mudanças como parte de uma “transformação do poder executivo”, com foco em fortalecer a economia, expandir programas de apoio social e aumentar a produção de armas.

“Haverá mudanças, em particular no setor de defesa, em todos os projetos em prol da nossa estabilidade — do Estado e da sociedade”, afirmou o presidente nos comunicados. Ele também destacou a necessidade de reduzir gastos estatais não essenciais e direcionar esforços para o desenvolvimento econômico.

Svyrydenko, em sua nova função, terá como prioridade impulsionar o potencial econômico da Ucrânia, que enfrenta dificuldades desde o início da guerra.

“O governo precisa de uma mudança porque as pessoas estão exaustas”, disse Tymofiy Mylovanov, ex-ministro da economia e atual diretor da Escola de Economia de Kiev, em entrevista à rede catari Al Jazeera.

Mylovanov acredita que as mudanças podem trazer “uma espécie de frescor” após mais de três anos de conflito.

Desafios e críticas

O anúncio ocorre em um momento delicado para a Ucrânia. Ataques russos com drones e mísseis contra cidades ucranianas têm aumentado desde junho, enquanto negociações de cessar-fogo mediadas por Trump seguem em um impasse.

Segundo o jornal The New York Times, pesquisas recentes apontam um crescente pessimismo entre os ucranianos sobre o desfecho da guerra, contrastando com o otimismo registrado no início do conflito, quando a população acreditava numa resolução breve.

A reformulação também gerou críticas de opositores políticos de Zelensky, que questionam se a troca no comando do governo representa uma mudança real ou apenas uma manobra para consolidar o poder do presidente.

Na Ucrânia, o primeiro-ministro tem amplos poderes em políticas internas, mas, sob Zelensky, o cargo tem sido ocupado por aliados alinhados com suas decisões.

Além disso, acusações de abuso de poder sob a lei marcial, imposta após a invasão russa, têm crescido, especialmente após a substituição de prefeitos eleitos por militares, ainda de acordo com o Times.

O Parlamento ucraniano, onde o partido de Zelensky detém a maioria, deve votar as mudanças ainda esta semana. Segundo o site de notícias norte-americano Politico, a demissão de membros do governo está prevista para quarta-feira (16), com nomeações para novos cargos na quinta (17).

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