ONG salva 386 cachorros que seriam sacrificados em festival de carne canina na China
Alguns dos cães podem ter sido roubados de seus tutores; evento existe há mais de dez anos e não conta com o apoio da população
Internacional|Maria Cunha*, do R7
A organização de proteção animal NoToDogMeat revelou que ativistas chineses salvaram 386 cães, na última semana, que estavam em um caminhão com destino a um conhecido festival chinês de carne de cachorro na cidade de Yulin.
De acordo com os ativistas, muitos dos cães consumidos no evento são pets que foram roubados de seus tutores. Alguns dos animais resgatados pela ONG estavam usando coleira, guia ou placa de identificação com seu número de registro. A organização planeja localizar as famílias e devolver os cachorros.
Logo após o resgate, o número de animais salvos subiu para 389, porque uma das cadelas que estavam no caminhão rumo ao festival de carne canina deu à luz três filhotes.
“A ideia de que essas vidas inocentes foram salvas nos enche de alegria. Esses filhotes teriam nascido em Yulin”, diz o ativista Zhao, que administra os abrigos de caridade NoToDogMeat em Hebei e Pequim, em entrevista ao Daily Mail.
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Os animais estão agora em um abrigo nos arredores da cidade de Xi'An, onde recebem comida, água e atendimento veterinário de emergência. Em breve, todos devem ser transferidos para lugares seguros na China, incluindo os refúgios da ONG.
"Vamos trabalhar para tentar identificar os donos, mas nossa prioridade no momento é garantir que todos os cães estejam saudáveis e tenham um lugar seguro para onde ir”, explica Zhao.
O festival Yulin existe há mais de dez anos e foi criado por comerciantes de carne de cachorro na tentativa de aumentar suas vendas. O evento prevê o abate de até 10 mil cães e 5.000 gatos. Estima-se que, apenas na China, 10 milhões a 15 milhões de cachorros sejam consumidos anualmente.
No entanto, pesquisas mostram que a maioria dos chineses não apoia o comércio de carne de cão e de gato. Além disso, cerca de 72% dos moradores de Yulin dizem que não comem carne de cachorro regularmente, apesar dos esforços dos comerciantes para promovê-la.
* Estagiária do R7, sob supervisão de Pablo Marques