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Pandemia torna migrantes e menores mais vulneráveis, diz BID

Entidade alerta em fórum para o aumento da ação de grupos de tráfico humano no contexto da pandemia de covid-19

Internacional|Da EFE

Crianças estão entre as principais vítimas do tráfico de pessoas,. afirma o BID
Crianças estão entre as principais vítimas do tráfico de pessoas,. afirma o BID Crianças estão entre as principais vítimas do tráfico de pessoas,. afirma o BID

A pandemia de covid-19 aumentou a vulnerabilidade de menores de idade e migrantes diante da possibilidade de se tornarem vítimas de tráfico de pessoas, conforme alertaram vários especialistas no tema durante um fórum organizado nesta quinta-feira (11) pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

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"As crianças estão em sério risco de se tornarem vítimas de tráfico através da internet. Representam 31% de todas as vítimas que são capturadas através das redes sociais e 24% por meio de anúncios em classificados", destacou a chefe de gabinete e assessora executiva da presidência do BID, Jéssica Bedoya.

Em sua intervenção durante o "Segundo Diálogo Técnico sobre Tráfico de Pessoas", que reuniu funcionários e especialistas de Colômbia, Estados Unidos, Israel, México e República Dominicana, entre outros, Bedoya também lembrou que é sabido que os migrantes "constituem uma elevada porcentagem das vítimas" deste crime identificadas na maioria das regiões do mundo.

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"Os traficantes tiram vantagem da vulnerabilidade econômica, das barreiras linguísticas, do estatuto de migração irregular e da ausência de responsáveis, no caso de crianças e adolescentes (...) Tudo isso se agravou no contexto da covid-19", acrescentou.

Crianças e tecnologia

O chefe da seção de Tráfico de Pessoas e Contrabando de Migrantes do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), Ilias Chatzis, chamou a atenção para o fato de que "cada vez mais crianças" são alvo de redes de tráfico sexual e manifestou preocupação com o efeito da pandemia na sequência das medidas de confinamento.

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Chatzis disse também que as tecnologias online "estão se tornando parte da vida cotidiana das crianças" e previu que "será muito difícil para os pais controlar totalmente o acesso dos seus filhos" à internet.

"Já não é como no passado, quando se tinha um só computador em casa, instalado na sala de estar, e se podia ver o que (as crianças) estavam fazendo. Agora elas têm celulares", afirmou.

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Já a chefe da área de prevenção da Direção Geral de Investigação Cibernética e Operações Tecnológicas da Secretaria de Segurança Cidadã da Cidade do México, Elizabeth Melchor, advertiu que muitos responsáveis por "não sabem como utilizar a tecnologia" e recomendou que pais, cuidadores e professores mantenham uma "comunicação próxima" com as crianças e que estejam atentos às conversas que elas têm e às informações que compartilham sobre nas redes sociais.

Entre a pandemia e a vulnerabilidade

Sobre a relação entre migração e tráfico de pessoas, o diretor de Migração da Colômbia, Juan Francisco Espinosa, falou especificamente sobre o caso da Venezuela, já que em seu país vivem mais de 1,7 milhão de venezuelanos que fugiram da crise.

"Todo este processo de pandemia, além da difícil situação vivida pela Venezuela, gerou uma deterioração da migração. Ou seja, quando olhamos para a migração há oito anos, há cinco anos, há quatro anos, há dois anos e hoje, o que descobrimos é que a mobilidade de pessoas em condições de vulnerabilidade é maior", disse.

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"Uma pessoa numa condição vulnerável, que está fugindo de uma realidade com a sua família e que é responsável por alimentá-la, é mais suscetível a cair nas garras em redes criminosas", acrescentou Espinosa, que considerou um desafio proteger estas pessoas e usar a própria tecnologia para isso.

Por último, a especialista regional sênior em assistência e proteção de migrantes da Organização Internacional para as Migrações (OIM), Águeda Marín, ressaltou a necessidade de a luta contra o tráfico não se concentrar apenas nas capitais, mas incluir zonas fronteiriças e rurais, e levar em conta também as comunidades indígenas.

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