Pesquisadores desvendam mistério de ossos encontrados em praias dos EUA há 30 anos
Esqueletos foram identificados como pertencentes ao capitão de um naufrágio do século 19 graças a testes de DNA
Internacional|Do R7

Pesquisadores do Ramapo College, uma universidade em Nova Jersey, nos Estados Unidos, desvendaram a origem de esqueletos humanos que haviam sido encontrados em praias da região entre 1995 e 2013.
Segundo a equipe, os restos mortais pertencem a Henry Goodsell, capitão de 29 anos de uma escuna chamada Oriental, que naufragou no século 19.
Os ossos começaram a aparecer em 1995, quando um crânio foi encontrado na praia de Longport, no Condado de Atlantic. Em 1999, mais restos foram localizados em Margate, na mesma região, e, em 2013, outros fragmentos surgiram em Ocean City, no vizinho Condado de Cape May.
Apesar das evidências, os métodos tradicionais de investigação não conseguiram identificar a quem pertenciam os restos. O avanço veio com o uso da genealogia genética investigativa.
Em novembro de 2023, a Polícia Estadual de Nova Jersey enviou uma amostra genética a um laboratório que a carregou em bancos de dados de ancestralidade. Mais tarde, estudantes de graduação mergulharam em registros históricos e encontraram conexões com ancestrais do século 17, originários dos condados de Litchfield e Fairfield, em Connecticut.
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Naufrágio
A pesquisa também revelou detalhes do naufrágio da escuna Oriental. Em 1844, o navio, que transportava 60 toneladas de mármore de Connecticut para o Girard College, na Filadélfia, sofreu um vazamento e afundou a menos de 1,6 km da costa de Brigantine Shoal, matando todos os cinco tripulantes a bordo, incluindo Goodsell.
Dois artigos de jornais de 20 e 24 de dezembro de 1844, descobertos pelos estudantes, confirmaram que Goodsell era o capitão e deixou esposa e três filhos pequenos.
Em março deste ano, a Polícia Estadual coletou uma amostra de DNA de um tataraneto de Goodsell, e a identificação foi confirmada no mês seguinte.
“Usar testes genealógicos modernos para identificar fragmentos ósseos do século 19 é um poderoso lembrete do nosso compromisso inabalável com a resolução de casos, independentemente da sua antiguidade”, afirmou o superintendente da Polícia Estadual de Nova Jersey, Patrick Callahan, em comunicado.
“Identificar restos mortais é uma das responsabilidades mais solenes e desafiadoras da polícia. Sabemos que por trás de cada caso há uma promessa: que ninguém será esquecido e que buscaremos a verdade até que as famílias tenham as respostas que merecem”, declarou Patrick Snyder, chefe de detetives do Ministério Público do Condado de Atlantic.
A identificação é uma das mais antigas já realizadas com o uso da genealogia genética investigativa, segundo a universidade. “A capacidade de trazer respostas às famílias, mesmo gerações depois, mostra o quão longe a ciência e a dedicação podem nos levar”, acrescentou Callahan.
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