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Por que Coreia do Sul voltou a julgar ex-chefe espião que matou presidente há 46 anos?

Tribunal reabre caso de Kim Jae-gyu, condenado por assassinar Park Chung Hee em 1979, para investigar tortura e questionar acusação

Internacional|Do R7

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Kim Jae-kyu (de branco, sentado à esquerda) durante julgamento em 1979 Divulgação/Arquivos Nacionais da Coreia

O Tribunal Superior de Seul, na capital da Coreia do Sul, iniciou nesta quarta-feira (16) um novo julgamento do ex-chefe de espionagem Kim Jae-gyu, condenado à morte pelo assassinato do presidente Park Chung Hee em 1979. Kim foi executado em 1980.

A decisão foi motivada pela família de Kim, que apresentou à Justiça, em 2020, indícios de que ele foi torturado durante interrogatórios, o que levou o tribunal a aceitar, em fevereiro deste ano, a reabertura do caso, segundo o jornal sul-coreano Korea JoongAng Daily.


RESUMO DA NOTÍCIA

  • O Tribunal Superior de Seul reabriu o julgamento de Kim Jae-gyu, ex-chefe de espionagem condenado por assassinar o presidente Park Chung Hee em 1979.
  • A decisão surgiu após a família de Kim apresentar indícios de tortura durante os interrogatórios, levando à investigação das circunstâncias do caso.
  • A defesa argumenta que Kim agiu para proteger a democracia, não para tomar o poder, e discute a manipulação do caso pela junta militar da época.
  • A nova audiência busca corrigir um possível erro histórico e trata de alegações de tortura, incluindo espancamentos e choques elétricos.

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Kim Jae-gyu, então chefe da Agência Central de Inteligência da Coreia (KCIA), matou Park Chung Hee e Cha Ji-cheol, chefe da segurança presidencial, durante um jantar privado em 26 de outubro de 1979.

Ele foi condenado por insurreição em um tribunal militar e executado meses depois. A família busca anular a acusação, alegando que Kim agiu para proteger a democracia, não para tomar o poder.


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Na primeira audiência, a defesa argumentou que o caso foi manipulado pela junta militar da época para consolidar poder político. “O propósito de Kim era restaurar a democracia, não subverter a Constituição”, disse um advogado.

“Se ele não tivesse agido, mais de 1 milhão de pessoas poderiam ter morrido”, disse a irmã de Kim, Jeong-suk. Ela espera que o julgamento corrija um “erro histórico”, de acordo com o Daily.


Segundo a rede britânica BBC, o assassinato ocorreu em meio a tensões políticas. Kim discordava de Cha Ji-cheol sobre como lidar com protestos pró-democracia, desencadeados após a expulsão do opositor Kim Young-sam da Assembleia Nacional.

Kim recomendava cautela, enquanto Cha defendia repressão violenta. Durante o jantar, Kim atirou em Park e Cha, matando ambos. Ele foi preso logo após e condenado em um processo rápido sob lei marcial.


A defesa, liderada pela advogada Lee Sang-hee, argumenta que não há provas de que Kim tentou controlar instituições estatais, base da acusação de insurreição. Ela também diz que transcrições judiciais mostram que Kim alegava querer evitar um banho de sangue e iniciar uma transição democrática.

Alegações de tortura, incluindo espancamentos e choques elétricos, reforçam o pedido de revisão, segundo a BBC.

Recentemente, a Coreia do Sul assistiu ao impeachment do ex-presidente Yoon Suk Yeol, que decretou lei marcial e enviou tropas ao Parlamento para impedir uma votação contrária à medida, em dezembro do ano passado.

Em janeiro deste ano, ele se tornou o primeiro presidente em exercício do país a ser detido. Quatro meses depois, Yoon foi indiciado por abuso de poder.

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