Logo R7.com
Logo do PlayPlus

Premiê de Portugal anuncia novos cortes e diz que tentará evitar novo resgate

Internacional|Do R7

Lisboa, 7 abr (EFE).- O primeiro-ministro de Portugal, Pedro Passos Coelho, anunciou neste domingo que realizará novos cortes de despesas e fará "todo o possível" para evitar um segundo resgate do país, ao informar sobre os problemas criados pela decisão judicial contra suas medidas de austeridade. Em um discurso televisionado para todo o país, o líder conservador rejeitou a possibilidade de voltar a subir os impostos e anunciou que haverá reduções de despesas em áreas como saúde, seguridade social e empresas públicas. No sábado, Passos Coelho recebeu a confiança do chefe de Estado português, Aníbal Cavaco Silva, para concluir a legislatura. O premiê responsabilizou o Tribunal Constitucional, que na sexta-feira invalidou a suspensão de um dos pagamentos extras de aposentados e outros cortes sociais, de pôr em risco a recuperação financeira do país e as negociações para alongar os prazos de devolução do resgate pedido em 2011. Segundo Passos Coelho, a decisão da máxima instância judicial do país acarretará no não recebimento do desembolso, de cerca de 2 bilhões de euros, correspondente ao sétimo lance trimestral de resgate. Isso porque a avaliação realizada em março ainda não foi encerrada e será necessário ouvir a "troika", formada pela Comissão Europeia, o Banco Central Europeu e o Fundo Monetário Internacional. O Governo português, como lembrou o primeiro-ministro, conta com maioria absoluta parlamentar e continuará empenhado em cumprir todos os compromissos do país, sanear as finanças e superar a crise econômica. Mas a tarefa será mais difícil com a sentença do Constitucional, e não só para o Executivo, ressaltou Passos Coelho, mas também para todos os portugueses. O primeiro-ministro considerou que Portugal não saiu ainda da "emergência financeira" em que se encontrava quando o atual Governo chegou ao poder, com as eleições antecipadas de junho de 2011. Ainda segundo ele, o país tem pela frente "um caminho longo e difícil" para recuperar a credibilidade e a confiança de seus parceiros e credores. Num discurso de quase 30 minutos, o premiê destacou que o país não pode ficar "de braços cruzados" ou esperando que a Europa solucione seus problemas porque isso agravaria ainda mas a situação e limitaria sua capacidade de escolha. A decisão do Constitucional cria um buraco orçamentário superior a 2 bilhões de euro em Portugal. Passos Coelho espera compensá-lo com reduções de despesas em diversos ministérios, mas ressaltou a contrariedade que esse desajuste representa para cumprir as metas de déficit do país. Logo após o discurso, vários porta-vozes da oposição de esquerda voltaram pedir a renúncia do primeiro-ministro e criticaram a exigência de novos sacrifícios aos portugueses. "Haverá os que voltarão à demagogia e acusarão o Governo de desmontar o Estado social, mas o país não dispõe de financiamento e não é capaz de enfrentar parte de suas despesas", advertiu Passos Coelho durante o pronunciamento. O primeiro-ministro, que superou na quarta-feira uma moção de censura, voltou a ser alvo de pedidos de renúncia na quinta e na sexta-feira por causa da decisão do Tribunal Constitucional. Além disso, pesou contra ele a saída de um de seus ministros, no meio do escândalo por sua suposta titulação universitária fraudulenta. EFE ecs-otp/dr

Últimas


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.