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Presidente de Belarus vai sair após aprovação de nova Constituição

Alexandr Lukashenko foi reeleito pela 6ª vez em eleições contestadas pelo Ocidente e enfrentou meses de protestos da população pedindo sua renúncia

Internacional|Da EFE

Lukashenko assume que vai deixar Presidência
Lukashenko assume que vai deixar Presidência

O presidente de Belarus, Alexandr Lukashenko, afirmou nesta sexta-feira (27) que deixará o poder depois da aprovação de reformas constitucionais no país, que propôs como resposta aos protestos iniciados do país em agosto, quando foi reeleito para um sexto mandato.

"Não estou fazendo nenhuma Constituição sob medida para mim. Com a nova Constituição, eu não servirei mais como presidente", disse o chefe de governo, durante uma visita a hospital que atende pacientes com covid-19, segundo a agência local de notícias "Belta".

O presidente, que foi declarado o vencedor das eleições gerais realizadas neste ano, em meio a denúncias de fraude, criticou os manifestantes que, segundo ele, "atacam o presidente e a escala de poder" de Belarus.

"Pedem democracia, que todos devem ser eleitos. Já vivemos isso com (o presidente soviético Mikhail) Gorbachev. E o que conseguimos com tantas eleições? Perdemos o país, e a União Soviética se desintegrou. É esse o fruto podre que eles querem nos vender agora?", disparou.


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Lukashenko defendeu a proposta de Constituição que apresentou e garantiu que o objetivo do texto não é "oferecer mais democracia". O presidente bielorrusso, inclusive, admitiu temer que um presidente sem experiência assuma o comando do país.

"Temos uma Constituição muito séria. Cazaquistão, Rússia, nós, somos três estados avançados que têm uma Constituição séria e firme, em que tudo depende da decisão do presidente. Nesse sentido, entendemos que alguém pode vir e desencadear uma guerra ou outra coisa", afirmou.


A oposição bielorrussa descreveu a proposta de Lukashenko como uma "imitação da democracia" que apenas procurava garantir a permanência do líder no poder e desviar a atenção das "eleições fraudadas" que geraram os maiores protestos populares no país desde o desmembramento da União Soviética.

Em setembro, Lukashenko admitiu que está há muito tempo no poder, já que assumiu o comando logo depois da independência de Belarus, em 1994, mas garantiu na ocasião que não pretendia renunciar ao cargo ou convocar novas eleições.

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