Primeiro-ministro japonês come peixe de Fukushima após despejo de águas da central nuclear
Medida adotada pelo governo do Japão recebeu críticas de outros países; China decidiu suspender as importações de frutos do mar
Internacional|Do R7
O primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, protagonizou nesta quarta-feira (30) um vídeo, no qual aparece comendo peixe de Fukushima, para promover os produtos da região, após as restrições chinesas relacionadas ao despejo de águas da central nuclear, atingida por um tsunami.
Transmitido pelo governo japonês nas redes sociais, o vídeo mostra o premiê com três de seus ministros degustando linguado, porco, arroz, verduras e frutas provenientes da região de Fukushima.
"Está muito bom", afirma Kishida para a câmera ao comer um sashimi, incentivando o consumo de produtos do mar japoneses "seguros e deliciosos".
Na semana passada, o Japão começou a despejar no oceano Pacífico a água procedente dos reatores danificados da usina Fukushima-Daiichi, no nordeste do Japão, pelo tsunami de 2011.
Muitos membros da indústria pesqueira japonesa expressam há tempos sua preocupação com o impacto dessa decisão na reputação dos mariscos do país.
Na semana passada, a China suspendeu todas as importações de produtos do mar do Japão em resposta a essa operação, validada pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e que, segundo Tóquio, não implica risco algum ao meio ambiente nem à saúde humana.
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Na China, pedras e ovos foram lançados contra a embaixada japonesa em Pequim e várias escolas japonesas. Tóquio pediu a seus cidadãos que evitem falar japonês no gigante asiático.
As empresas japonesas também sofreram uma onda de assédio telefônico procedente de telefones chineses.
Na quinta-feira, Kishida deve viajar a Toyosu, o principal mercado de peixes do país, em Tóquio, onde irá se reunir com atores desse setor e provar, novamente, produtos de Fukushima.
O Japão pediu à China, seu principal mercado de exportação de produtos do mar, que levante sua proibição, ameaçando apresentar uma denúncia à Organização Mundial do Comércio (OMC).
O diretor da AIEA, o argentino Rafael Grossi, repetiu na terça-feira que a água da central nuclear de Fukushima é segura.
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