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Putin explorará caos no Oriente Médio para atingir Europa com ataque inédito, diz Ucrânia

Especialistas temem que estratégia russa teste pela primeira vez a defesa coletiva da Otan no flanco leste

Internacional|Do R7

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Putin e o chanceler do Irã conversam em Moscou Divulgação/Kremlin

As autoridades ucranianas alertam que Vladimir Putin estaria planejando aproveitar a atual crise no Oriente Médio para realizar um ataque à Europa, possivelmente usando táticas híbridas nunca vistas.

A suspeita ganha força após o presidente russo ser o primeiro líder mundial a se reunir com autoridades iranianas, enquanto os Estados Unidos intensificam ataques contra instalações nucleares do Irã.


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O confronto recente, marcado por uma série de bombardeios liderados pela administração Trump contra alvos iranianos, provocou o que Moscou chamou de “agressão não provocada”, mesmo estando envolvida em uma guerra ilegal na Ucrânia. A ação americana teria aberto uma “caixa de Pandora”, conforme avaliação russa, mas também teria despertado interesse em Putin para explorar a situação enquanto a atenção do Ocidente está focada no Oriente Médio.


Fontes do governo ucraniano indicam que Putin planeja usar o momento de distração global para replicar uma operação militar complexa chamada “Teia de Aranha”, que a Ucrânia executou com sucesso há pouco mais de um mês contra bases aéreas russas. A ofensiva coordenada causou perdas bilionárias ao exército de Putin, destruindo dezenas de aeronaves estratégicas, como bombardeiros Tu-95, Tu-22M3 e Tu-160.

Segundo um integrante do governo de Kiev, a Rússia estaria estudando essa operação ucraniana para desenvolver uma ação semelhante contra algum país aliado da Otan, especialmente nas nações bálticas. “Essa seria a grande prova do Artigo 5, que ainda não foi testado”, afirmou a fonte, referindo-se à cláusula que garante resposta coletiva a ataques contra qualquer membro da aliança.


O plano russo incluiria o uso de drones e explosivos ocultos para atacar múltiplos alvos estratégicos em um país da aliança ocidental, com o objetivo de causar danos significativos sem deixar evidências claras para uma retaliação imediata. Essa tática dificulta a atribuição do ataque e pode comprometer a unidade e a estabilidade da Otan.


Além da ameaça militar direta, especialistas destacam o crescimento das ações de espionagem e sabotagem russas na Europa, que envolvem violações de espaço aéreo, ataques cibernéticos, e danos a infraestruturas energéticas, como gasodutos e cabos submarinos. Essas ações mostram a adaptação rápida da Rússia às tecnologias de guerra, especialmente no uso de drones com tecnologia de fibra ótica.

A chefe da diplomacia da União Europeia, Kaja Kallas, também alertou para o plano de longo prazo de Moscou de manter uma postura agressiva contra o continente. Ela ressaltou que os gastos militares da Rússia superam os da soma dos 27 países do bloco europeu, e que essa postura indica uma intenção clara de usar suas forças armadas em múltiplos fronts.

“Você não investe tanto em defesa se não planeja usar essa força”, declarou Kallas, destacando que a Europa está sob ameaça em um mundo que se torna cada vez mais perigoso. A estratégia de Putin envolve, ainda, tirar vantagem da distração dos líderes ocidentais com conflitos no Oriente Médio e desafios crescentes na Ásia, especialmente relacionados à China.

O governo do Reino Unido também tem emitido alertas severos. Penny Mordaunt, ex-secretária de Defesa, pediu investimentos urgentes para fortalecer as capacidades militares britânicas, destacando que a falta de preparo pode custar vidas. “Se você se prepara para a guerra, você a evita”, afirmou Mordaunt, enfatizando a importância da dissuasão.

Na sequência, especialistas alemães reforçam o alerta sobre a ameaça russa. Bruno Kahl, chefe do serviço de inteligência estrangeira da Alemanha, afirmou que a Rússia vê a Ucrânia apenas como um passo para enfraquecer a Otan e afastar os Estados Unidos da Europa, utilizando todos os meios necessários para esse fim.

A cúpula da Otan em Haia, na Holanda, será crucial para a definição de uma nova meta de investimento em defesa e a formalização de compromissos para elevar os gastos militares dos países membros. O objetivo é reforçar a segurança coletiva diante das crescentes ameaças demonstradas por Moscou.

Enquanto isso, o conflito entre Rússia e Ucrânia completa mais de três anos sem perspectivas concretas de um acordo de paz, mantendo a tensão elevada na região e aumentando o risco de uma escalada que pode envolver toda a Europa.

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