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Risco de nova crise migratória preocupa a Europa; entenda

Escalada dos conflitos no noroeste da Síria obrigou a saída de inúmeros moradores da região; Turquia ameaça deixar de barrar imigrantes

Internacional|Do R7

Imigrantes enfrentam polícia grega na fronteira com a Turquia
Imigrantes enfrentam polícia grega na fronteira com a Turquia

Uma nova onda de imigrantes pode voltar a tocar na porta da União Europeia. O presidente da Turquia Recep Tayyip Erdoğan avisou que cerca de 30 mil imigrantes poderão tentar entrar na Europa. Há quatro dias, cerca de 12 mil se concentram em pontos da fronteira do país com a Grécia.

Leia mais: Fronteiras da Grécia voltam a ser palco de ataques a imigrantes

A maior parte destes imigrantes vem de países em guerra ou em situação de extrema pobreza, ou ainda, os dois juntos. Desde o início da ofensiva do governo sírio contra a província de Idlib, 900 mil pessoas foram deslocadas, o maior número isolado. Só durante o mês de fevereiro 300 mil foram deslocadas.

A cidade é controlada por opositores ao governo sírio e jihadistas, e são apoiados pelo governo turco. A aliança jihadista ligada à Al Qaeda, Hayat Tahrir al-Sham (HTS) foi criada em 2017 por um grupo que rompeu laços formais com a Al-Qaeda. O grupo é considerado como organização terrorista pela ONU.


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Lutando ao lado do governo da Síria estão a Rússia e rebeldes do Irã. Nesta semana, Erdogan e Putin vão se reunir para tratar de um novo cessar-fogo na região. Caso esta reunião não renda um bom acordo, mais imigrantes podem deixar a Síria, que está em guerra há quase 10 anos. Segundo a ONU, 6 milhões de pessoas já deixaram o país.

A Turquia é um aliado da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) e após um ataque do governo da Síria matar 34 soldados turcos, a organização bélica mais poderosa do mundo condenou os ataques do governo em Idlib e exigiu a diminuição dos conflitos.


A ameaça de Erdogan está relacionada a uma mudança na política migratória para tentar um maior apoio por parte da União Europeia. Segundo ele, muitos países deram apoio às milícias curdas na Síria ou ao próprio regime de Damasco, mas sem apoiar a Turquia, que acolhe cerca de 3,5 milhões de refugiados sírios.

Acordo com a União Europeia

Durante a crise migratória de 2015, a União Europeia assinou um acordo com a Turquia com o objetivo de frear o avanço de milhares de imigrantes na Europa. A Turquia recebeu 6 bilhões de euros (aproximadamente R$ 30 bilhões) para receber refugiados sírios vindos da Grécia.


Em troca, a União Europeia facilitaria a entrada e permanência de cidadãos turcos. Assim, para cada sírio devolvido a Turquia, um cidadão do país receberia a possibilidade de estar legalmente na União Europeia. Com isso, o número de imigrantes que batiam na porta da Grécia caiu drasticamente.

Mas não são somentes os imigrantes sírios que chegam nas fronteiras, como também afegãos e africanos. Ao menos 23 mil pessoas morreram tentando chegar à Europa desde o ano 2000. 

"De agora em diante, não vamos mais fechar a fronteira. Isto vai continuar a acontecer. Porque a Europa tem de cumprir a sua palavra. Não estamos em condições de cuidar e alimentar tantos refugiados. Se são sinceros, devem participar disso. Se não, deixaremos as fronteiras abertas", disse o presidente turco à União Europeia (UE).

Guerra na Síria

O início da guerra civil na Síria, em março de 2011, foi uma consequência da Primavera Árabe que tomou o Oriente Médio meses antes. Na ocasião, revoltas populares contra as ditaduras locais varreram do poder os presidentes do Iêmen, da Tunísia, do Egito e da Líbia.

O clima de revolta se espalhou, e a repressão se intensificou. Apoiadores da oposição pegaram em armas, primeiro para defender a si mesmos e depois para expulsar forças de segurança das áreas onde viviam. Assad prometeu acabar com o que chamou de "terrorismo apoiado por estrangeiros".

Seguiu-se uma rápida escalada de violência, e o país mergulhou em uma guerra civil.

O governo sírio e a Rússia, em conjunto com os rebeldes do Irã, conseguiram retomar quase todo o território do país. Contudo, Idlib continua sob o domínio dos opositores e jihadistas.

Desde 2017 existe um acordo com o objetivo de diminuir a intensidade do conflito, o qual previa um corredor humanitário, retiradas de tropas, entre outros itens. Muitos destes pontos não foram cumpridos por lado e lado, assim, o conflito foi retomado e em maior escala.

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