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Salta para 59 o número de migrantes mortos após barco afundar no sul da Itália

Cerca de 80 pessoas conseguiram nadar até a costa e sobreviveram à tragédia, que tirou a vida de um recém-nascido

Internacional|Do R7, com AFP

Catástrofe no mar perto da costa italiana deixou quase 60 mortos, e o número deve subir
Catástrofe no mar perto da costa italiana deixou quase 60 mortos, e o número deve subir

O número de migrantes mortos em decorrência de um naufrágio na costa sul da Itália, na madrugada deste domingo (26), saltou para 59, informou o prefeito da cidade de Crotone, na Calábria. A embarcação se chocou contra as rochas no litoral do país e se dividiu em duas.

"Até o momento o número de mortos confirmado é 59", declarou Vincenzo Voce ao canal de notícias Sky TG-24.

Um bebê está entre as vítimas da tragédia, que ocorreu poucos dias após a aprovação de uma polêmica lei sobre o resgate de migrantes no mar.

"Dezenas e dezenas de mortos afogados, incluindo crianças, muitos desaparecidos. A Calábria está de luto com esta tragédia terrível", lamentou em nota Roberto Occhiuto, presidente da região calabresa.


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"Até o momento, 80 pessoas foram resgatadas; algumas conseguiram chegar à costa após o naufrágio", dizia um comunicado divulgado pela Guarda Costeira.

De acordo com as equipes de resgate, a embarcação transportava cerca de 120 pessoas. Já o Corpo de Bombeiros estimou que mais de 200 pessoas estivessem a bordo.


Nas imagens divulgadas pela polícia italiana, é possível observar pedaços de madeira espalhados na praia, para onde se dirigiram as equipes de emergência, enquanto os resgatados aguardavam a transferência para um centro de acolhimento.

Política antimigração

A primeira-ministra Giorgia Meloni, líder do partido Fratelli d'Italia (FDI, que quer dizer Irmãos da Itália, de extrema direita), expressou "profunda dor" em um comunicado e afirmou que é "criminoso enviar ao mar uma embarcação de apenas 20 metros com 200 pessoas a bordo e com uma previsão do tempo ruim".


"O governo está comprometido a impedir as saídas e esse tipo de tragédia. E continuará a fazer isso ao exigir, antes de qualquer coisa, uma colaboração maior dos Estados de saída e de origem", completou.

O naufrágio aconteceu poucos dias após a aprovação no Parlamento italiano de novas e polêmicas regras para o resgate de migrantes, apoiadas pelo governo dominado pela extrema direita.

Meloni chegou ao poder em outubro com uma coalizão que prometeu a redução da entrada de migrantes no país.

A nova lei obriga os navios humanitários a fazer apenas um resgate por saída ao mar, o que, segundo os críticos da medida, aumenta o risco de mortes no Mediterrâneo central, área considerada a travessia mais perigosa do mundo para os migrantes.

Para o ministro italiano do Interior, Matteo Piantedosi, esta "tragédia demonstra como é absolutamente necessário lutar de maneira firme contra as redes de imigração clandestina".

A situação geográfica da Itália faz do país um destino preferencial para os demandantes de asilo que viajam do norte da África para a Europa.

Roma critica há vários anos o número de chegadas a seu território. De acordo com o Ministério do Interior, quase 14 mil migrantes entraram na Itália desde o início do ano, contra 5.200 no mesmo período no ano passado e 4.200 em 2021.

Embora as ONGs resgatem apenas um pequeno percentual deles — a maioria é interceptada pela Guarda Costeira ou por navios da Marinha —, o governo as acusa de estimular as viagens e e de encorajar os traficantes com suas operações.

"As pessoas no mar devem ser resgatadas independentemente do custo, sem penalizar quem as ajuda", afirmou no Twitter Carlo Calenda, ex-ministro e líder do partido centrista Azione.

"É inaceitável do ponto de vista humano e incompreensível: por que estamos aqui testemunhando tragédias que podem ser evitadas?", reagiu a ONG Médicos sem Fronteiras (MSF) no Twitter.

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