Temperatura na Terra foi 1,1°C maior em 2021, diz Nasa
Segundo a agência espacial americana, oito dos dez anos mais quentes já registrados aconteceram na última década
Internacional|Da Ansa
A Terra registrou em 2021 uma temperatura média 1,1°C acima dos patamares do fim do século 19, o que indica que a humanidade caminha a passos largos para não alcançar a meta mais ambiciosa do Acordo de Paris.
O dado foi divulgado nesta quinta-feira (13) pela agência espacial americana, a Nasa, que disse que oito dos dez anos mais quentes já registrados no planeta ocorreram na última década.
"É um fato indiscutível que ressalta a necessidade de uma ação corajosa para proteger o futuro da humanidade", disse o administrador da Nasa, Bill Nelson.
"A ciência não deixa espaço para dúvidas: as mudanças climáticas são a ameaça existencial de nossa era", acrescentou.
Metas comprometidas
O Acordo de Paris sobre o Clima, assinado em 2015, estabelece como meta manter o aquecimento global neste século "bem abaixo" de 2°C em relação aos níveis pré-industriais.
No entanto, o acordo compromete as partes a realizar "esforços para limitar o aumento da temperatura a 1,5°C", objetivo que foi reafirmado na COP26, em Glasgow, em novembro passado.
De acordo com a Nasa e a Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos EUA (Noaa), a temperatura média da superfície terrestre em 2021 foi equivalente à de 2018 e atingiu o sexto maior índice já registrado. No entanto, os últimos oito anos foram os mais quentes desde que começaram as medições, em 1880.
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Já o Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus, da União Europeia, apontou no início da semana que as temperaturas médias globais em 2021 ficaram entre 1,1°C e 1,2°C acima dos níveis pré-industriais. De acordo com o Copernicus, o ano passado foi o quinto mais quente já registrado.
Ainda segundo o órgão da UE, a concentração de dióxido de carbono (CO₂), um dos principais causadores do efeito estufa, chegou ao valor recorde de 414,3 partes por milhão em 2021, com pico de 416,1 ppm em abril.
Já a concentração de metano, também responsável pelo aquecimento global, atingiu 1.876 ppm, índice sem precedentes na história.