Trump deve resolver situação tarifária com Canadá antes de Brasil e China, avalia economista

O primeiro-ministro canadense, Mark Carney, garantiu estar pronto para negociar com Donald Trump quando o presidente americano estiver preparado. Apesar da sinalização de abertura, o premiê afirmou que irá rejeitar qualquer acordo comercial que não seja do interesse dos canadenses. As falas ocorrem após Trump anunciar o encerramento das negociações comerciais com o país vizinho, na última semana.

A interrupção nas conversas foi motivada pela divulgação de um vídeo pelo Canadá com um anúncio político relacionando as tarifas americanas a guerras comerciais e desastres econômicos. Além do corte nas negociações, Trump anunciou taxas adicionais de 10% sobre produtos canadenses.

Para Igor Lucena, economista e doutor em relações internacionais, a retaliação do republicano se dá por uma decisão política, uma vez que os canadenses utilizaram imagem do ex-presidente Ronald Reagan em uma mensagem aos Estados Unidos, o que não teria sido bem-visto. No entanto, ele acredita que tal medida não deva perdurar devido à dependência comercial entre os vizinhos.

Em entrevista ao Conexão Record News desta segunda-feira (27), Lucena pontua que 80% das exportações canadenses vão para os Estados Unidos, o que gera o forte vínculo econômico e a necessidade de negociação das tarifas. Da mesma forma, os Estados Unidos também importam muitos produtos do país, como peças de veículos — o que pode fazer com que Trump negocie as taxas em breve.

“São economias complementares, principalmente na área de energia. Então, acho que aí vai ser mais fácil resolver o problema do Canadá do que do Brasil ou da China”, finaliza o analista.

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