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Voo MH17: promotoria pede prisão perpétua para acusados

Três russos e um ucraniano são julgados na Holanda pelo ataque ao avião da Malaysia Airlines que matou 298 pessoas em 2014

Internacional|

Avião com 298 pessoas a bordo foi derrubado por separatistas pró-Rússia em 2014
Avião com 298 pessoas a bordo foi derrubado por separatistas pró-Rússia em 2014 Avião com 298 pessoas a bordo foi derrubado por separatistas pró-Rússia em 2014

Os promotores holandeses pediram prisão perpétua para os quatro homens acusados de derrubar o avião do voo MH17, da Malaysia Airlines, em 2014, no leste da Ucrânia. Os suspeitos são julgados à revelia pela morte das 298 pessoas a bordo. 

O avião derrubado decolou do aeroporto de Schipol, em Amsterdã, com destino a Kuala Lumpur, em julho de 2014, e sobrevoou uma zona em conflito. Nesta semana, os promotores concluíram a argumentação, mas o veredicto deve ser anunciado somente no fim de 2022.

Os quatro suspeitos são os russos Sergey Dubinsky, Igor Girkin e Oleg Pulatov e o ucraniano Leonid Kharchenko, todos altos quadros dos separatistas pró-Rússia do leste da Ucrânia acusados de terem abatido a aeronave com um míssil terra-ar BUK. 

"Pedimos que os suspeitos Girkin, Dubinsky, Pulatov e Kharchenko sejam condenados à prisão perpétua por sua responsabilidade na queda do avião, que provocou a morte dessas 298 pessoas", disse o promotor Manon Ridderbeks aos juízes. 

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Contrabando de armas

A acusação afirma que os quatro suspeitos tiveram um papel central na obtenção do sistema de míssil terra-ar BUK, com o provável objetivo, ainda segundo a promotoria, de derrubar um avião militar ucraniano.

"Se essa era sua intenção, isso não muda nada, porque eles continuam sendo acusados de um ato criminoso", alegaram os promotores. 

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Na audiência, em um tribunal de segurança máxima, próximo ao aeroporto de Schipol, a promotoria declarou que o fato de terem errado o alvo não constitui diferença, diante da evidência de que cometeram um crime.

Ainda segundo a acusação, a lei holandesa não faz distinção entre aeronaves militares e civis. 

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"Qualquer violência contra a aviação deve ser severamente punida", afirmou a promotoria.

Investigadores internacionais alegam que o míssil BUK foi transferido de uma base militar russa para uma parte do leste da Ucrânia em poder dos separatistas pró-Moscou. O armamento seria usado contra as forças de Kiev.

Os representantes das vítimas comemoram o pedido dos promotores.

Destroços do avião foram analisados durante o julgamento
Destroços do avião foram analisados durante o julgamento Destroços do avião foram analisados durante o julgamento

"É o que esperávamos", disse à AFP Piet Ploeg, representante da fundação Vliegramp MH17. Esse homem de 71 anos perdeu seu irmão, sua cunhada e seu sobrinho no incidente.

Anton Kotte, que perdeu o filho, a nora e o neto, disse estar contente com o resultado.

"Havia 80 crianças a bordo (...). É assustador", afirmou.

As audiências ocorreram em um momento de crescente tensão pelo conflito na Ucrânia, após as acusações de países ocidentais de que Moscou planeja uma invasão.

Kiev enfrenta uma insurgência pró-Moscou em duas regiões separatistas desde 2014, ano em que o Kremlin anexou a península da Crimeia.

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Moscou nega ter um contingente na fronteira com a Ucrânia, mas os países ocidentais advertiram que adotarão sanções contundentes em caso de ataque. 

O réu mais conhecido é Girkin, de 49 anos, conhecido pelo pseudônimo Strelkov, que significa "atirador" em russo. Ele foi um dos principais comandantes dos separatistas no início do conflito na Ucrânia.

Dubinsky, de 57, é acusado de pertencer aos serviços de inteligência russos, e Pulatov, de 53, foi um soldado das forças especiais russas, subordinado a Dubinsky. 

Já Kharchenko, de 48, teria liderado uma unidade separatista no leste da Ucrânia. 

Girkin disse nesta quarta-feira (22) à agência russa Interfax que não está surpreso com o pedido de condenação dos promotores.

"Se pudessem pedir a pena de morte, teriam pedido", afirmou.

Os promotores criticaram a atitude dos suspeitos, que, com sua ausência no tribunal, mostraram "desprezo" pelos familiares das vítimas, e mencionaram o medo de que atos violentos se repitam.

Os promotores afirmaram ainda que, depois que o avião foi abatido, a bateria antiaérea foi escondida.

"Até hoje, continuam tentando esconder sua participação", afirmaram.

A promotora encarregada do caso, Digna van Boetzelaer, disse à AFP que as provas são "convincentes e abundantes".

Segundo veículos de comunicação holandeses, os advogados de Pulatov, que nega envolvimento no incidente, pedem sua absolvição e declaram que as provas apresentadas são "incompletas".

Pouco antes da audiência, o chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, criticou, na rede RT, a atitude dos Estados Unidos. O ministro mencionou um padrão duplo por parte de Washington, que, no início de 2014, pediu às suas companhias aéreas que não voassem sobre o território russo perto da fronteira com a Ucrânia, onde Moscou realizava manobras militares.

"Mas, em julho de 2014, quando havia uma verdadeira guerra no Donbass, ninguém fechou seu espaço aéreo", criticou.

jcp/pz/mar-an/zm/fp/tt/aa/mvv

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