Audiências em Londres decidem se Vale será ré em processo sobre desastre em Mariana 

Acontece nesta quarta-feira (12) a audiência entre as mineradoras Vale e BHP Billiton no Tribunal de Tecnologia e Construção, em Londres. A sessão vai decidir se a mineradora Vale se tornará ré no processo referente aos atingidos pelo rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, em 2015. A expectativa é que as audiências durem dois dias. 

A audiência está sendo acompanhada por atingidos do rio Doce, quilombolas e povos indígenas krenak, guaranis, pataxós e tupiniquins. O processo é considerado a maior ação ambiental coletiva da história da Inglaterra. A Vale e a BHP Biliton dividem o controle da Samarco, que operava a barragem do Fundão.

Se o pedido da BHP for aceito, a Vale poderá arcar com parte das indenizações. O julgamento de responsabilidade da BHP está marcado para outubro de 2024 na Corte inglesa.

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“Esperamos que a Vale seja arrolada aqui [Londres] e cumpra com seu dever, que deveria ser a reparação integral dos atingidos e atingidas. Nós esperamos que se faça justiça aqui na Inglaterra e que as empresas criminosas paguem pelo seu crime”, declarou sobre o julgamento Joceli Andrioli, da coordenação nacional do Movimento dos Atingidos por Barragens.

A ação foi aberta na Justiça do Reino Unido sob a alegação de que a BHP Billiton, uma das acionistas da Samarco, empresa responsável pela barragem, tem sede em Londres. A ação é movida por 200 mil atingidos, que acreditam que a Corte inglesa será mais ágil que a brasileira, no processo em trâmite no Brasil.

Os atingidos planejam um ato na frente da sede da BHP nesta quinta-feira (13). 

Tragédia em Mariana 

No dia 5 de novembro de 2015, a barragem do Fundão, em Mariana, se rompeu e matou 19 pessoas. Ao todo, 300 famílias ficaram desabrigadas. Os rejeitos atingiram o rio Doce e chegaram até o oceano Atlântico, por meio do litoral do Espírito Santo.