Cerimônia de posse de Romeu Zema tem lanche doado por empresas
Novo governador de MG disse que a economia feita com a compra de pão de queijo, suco e café é um exemplo do trabalho a ser realizado por sua gestão
Minas Gerais|Pablo Nascimento, do R7
Por trás dos ritos da transmissão do cargo de governador em Minas Gerais, um detalhe da posse de Romeu Zema (NOVO) deixou clara a intenção do novo chefe do Executivo Estadual de levar noções administrativas do setor privado para a gestão pública: o lanche oferecido aos convidados da cerimônia não foram comprados, e sim doados por três grandes empresas alimentícias mineiras.
A estratégia do cerimonial foi revelada durante o discurso do próprio governador na Cidade Administrativa, sede do governo em Belo Horizonte, durante a tarde desta terça-feira (1°). Ao agradecer às indústrias pelo café, suco e pão de queijo oferecidos, Zema foi ovacionado pelo público.
“Tomaremos ações e teremos sacrifícios. Esperar é agravar. O exemplo começará por esta nova gestão. A começar pela austeridade desta cerimônia”, disse o novo governador antes de citar as marcas parceiras.
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Esta não é a primeira vez que Zema recorre à iniciativa privada para concretizar suas ações políticas. Após ser eleito em outubro de 2018, ele recebeu ajuda de empresas de consultoria para organizar as estratégias do novo governo e montar sua equipe. A escolha do secretariado foi feita com auxílio de escritórios de recursos humanos.
Segundo o governador, todos os nomes selecionados para comandar as pastas têm experiência na função para qual foram escolhidos. "Um time de primeira que vai assumir com liberdade para alcançarmos nossos objetivos", destacou Zema.
“Cortar na carne”
Um dos principais desafios do novo governo é a recuperação econômica do Estado. Para 2019, a previsão é de deficit orçamentário de R$ 11 bilhões e a dívida não para por aí. Para o início da gestão, Zema precisa pensar em como quitar o 13° salário dos servidores que não pago pelo ex-governador Fernando Pimentel (PT).
Tanto no pronunciamento realizado durante a manhã na Assembleia Legislativa, quando recebeu o Grande Colar da Inconfidência – símbolo maior do Governo de Minas, quanto no discurso feito na Cidade Administrativa, o representante do NOVO defendeu duramente o enxugamento da máquina pública e se comprometeu a trabalhar para regularizar o pagamento do funcionalismo público.
— A primeira e mais fundamental atitude a ser tomada é a reduzir despesas, cortando na carne. Pois é isto que os mineiros esperam de nós”.
Os cortes já podem ser observados, a começar pela redução no número de secretarias que no governo petista eram 22 e, agora, são 11. Outra proposta do governador eleito para organizar as contas a ampliação da receita. Contudo, ele promete fazer isso, sem aumentar os impostos. “Faremos isso por meio de incentivo ao setor produtivo, investimentos e quem quer trabalhar”.
Legado
Eleito pela primeira vez para um cargo político, Romeu Zema que fez carreira como empresário, sabe da responsabilidade que o aguarda nos próximos quatro anos. Além de comandar o cargo máximo do Estado, ele será o espelho do Partido NOVO no Brasil, uma vez que é o primeiro representante da legenda a ocupar um cargo executivo.
Durante a cerimônia que marcou o início de seu trabalho na Cidade Administrativa, ele revelou que também quer deixar como legado uma dívida com a União que esteja no patamar aceitável e os repasses para as prefeituras regularizados.
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— Espero e acredito que o Brasil, olhando para Minas, veja que é possível fazer uma gestão pública eficiente e comprometida com as pessoas e não somente com a classe política.
Por fim, Zema usou do bom humor para agradecer o apoio de todos e fez um trocadilho com o nome do próprio partido ao oferecer um “feliz ano do NOVO para todos”.
Veja como foi a posse: