Minas Gerais 'Chegaram à beira do ridículo', diz Kalil após pedido de indiciamento

'Chegaram à beira do ridículo', diz Kalil após pedido de indiciamento

CPIs na Câmara de BH acusam prefeito de irregularidades em repasse a empresas de ônibus; foram dois pedidos em três dias

  • Minas Gerais | Lucas Pavanelli, do R7

Kalil pode ter que responder na Justiça

Kalil pode ter que responder na Justiça

Divulgação / Amira Hissa / PBH

Em um intervalo de apenas três dias, a Câmara Municipal de Belo Horizonte pediu por duas vezes o indiciamento do prefeito Alexandre Kalil (PSD). A recomendação consta nos relatórios finais de duas CPIs (Comissões Parlamentares de Inquérito) abertas pelo Legislativo neste ano.

Tanto a CPI da Covid-19, concluída nesta quarta-feira (11), quanto a CPI da BHTrans, que terminou na última segunda-feira (10), acusam o prefeito de irregularidades devido ao repasse de R$ 220 milhões a empresas de ônibus como forma de pagamento antecipado de vale-transporte. A negociação foi feita em meio à pandemia como forma de alívio ao caixa das concessionárias do transporte público. 

Em nota, o prefeito afirmou que os vereadores responsáveis pelos relatórios "chegaram à beira do ridículo".  

"Chegaram à beira do ridículo. E de mais a mais, eu tenho que cuidar da cidade", disse. 

CPI da Covid

A CPI da Covid-19, da Câmara de Belo Horizonte, rejeitou, nesta quinta-feira (11), o parecer do relator que pedia o indiciamento dos médicos infectologistas Carlos Starling e Estevão Urbano, membros do comitê da capital mineira de enfrentamento à pandemia.

No lugar do documento assinado pelo vereador Irlan Melo (PSD), o grupo aprovou uma nova versão sugerida pela vereadora Flávia Borja (Avante), que pede o indiciamento do prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD).

O texto assinado pela vereadora Flávia Borja foi aprovado por quatro votos contra três. O documento foi enviado ao MPMG (Ministério Público de Minas Gerais), que decidirá se vai denunciar os citados pela CPI à Justiça.

Além do prefeito, também tiveram pedidos de indiciamento o ex-presidente da BHTrans, Célio Bouzada, o ex-diretor da BHTrans, Daniel Marx do Couto, e os secretários municipais Jackson Machado (Saúde), André Reis (Planejamento, Orçamento e Gestão) e João Antônio Fleury (Fazenda). 

CPI da BHTrans

Já a CPI da BHTrans, que se encerrou na segunda-feira (8), pediu o indiciamento do prefeito Alexandre Kalil (PSD) e de outras 30 pessoas e duas empresas.

O alvo da CPI foi o processo de licitação, de 2008, que resultou na vitória das atuais empresas de ônibus que operam o transporte público na capital mineira. O contrato termina em 2028, mas há possibilidade de que seja alterado ou até mesmo encerrado, devido a irregularidades.

De acordo com a comissão, empresários de ônibus formaram um cartel para que todas as empresas pudessem ser contempladas de alguma forma. Eles contariam, ainda, com o auxílio de funcionários da BHTrans para que seus interesses pudessem ser atendidos na prefeitura.

Ao longo dos últimos cinco meses, a CPI também levantou supostas irregularidades em um contrato de auditoria, que sugeriu aumento no preço das passagens na capital mineira.

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