Crianças abandonadas em apartamento em BH têm alta do hospital e estão em abrigo
Meninos, de 6 e 9 anos, ficaram 15 dias sob cuidados médicos; uma das crianças teve que reaprender a comer
Minas Gerais|Shirley Barroso, da Record TV Minas

Os dois meninos de, de 6 e 9 anos, encontrados abandonados dentro de um apartamento no bairro Lagoinha, região noroeste de Belo Horizonte tiveram alta do hospital, após 15 dias sob cuidados médicos. Uma das crianças, segundo o Conselho Tutelar, precisou reaprender a comer.
O resgate das crianças aconteceu no dia 21 de fevereiro, após vizinhos acionarem a Polícia Militar. A princípio, as crianças deram nomes falsos aos policiais e, momentos depois, foi descoberto que os dois eram filhos de Kátia Robes, que havia sido presa após a morte do filho de quatro anos, que foi vítima de maus tratos.
Os irmãos foram encontrados sozinhos e desnutridos no local. Eles estavam sem a chave de casa, sendo preciso arrombar a porta. Na sala onde estavam, havia apenas um colchão sujo e os dois assistiam a um desenho na televisão quando a polícia entrou. Na cozinha, havia lixo por toda parte e muita sujeira. "As crianças estavam realmente bastante desnutridas e desidratadas. A gente não sabe quanto tempo elas ficaram sozinhas, sem alimentação adequada. Elas ficaram lá no hospital tomando soro, fazendo vários exames, para proteção delas mesmas", conta a Conselheira Tutelar Rosimeire Pinto Trindade.
Uma das crianças precisou reaprender a comer depois da ocorrência. "Tudo o que o mais novo comia, ele fazia vômito. Ele ficou mais tempo no hospital por causa disso", relata a conselheira.
À polícia, os meninos contaram que estavam sob os cuidados de duas mulheres, uma delas seria Terezinha Pereira do Santos, dona do terreno onde Kátia vivia com os filhos em São Joaquim de Bicas, na região metropolitana de Belo Horizonte.
A Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente de Belo Horizonte está investigando o caso. A mãe das crianças foi ouvida pela polícia no dia 03 de março. Em carta escrita no presídio, Kátia alega que foi mantida em cárcere privado por Terezinha e que os filhos eram obrigados a trabalhar. A mulher era vista constantemente levando crianças para buscar lenha na mata, segundo a chefe de uma aldeia indígena próxima ao local.
Os irmãos estão recolhidos em um abrigo na capital mineira. O próximo passo do Conselho Tutelar será providenciar a documentação deles para que possam ser matriculados em uma escola.
