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Escrivão da PF passou depoimento de Joesley para irmã de Aécio

Investigação aponta que Andrea Neves teve acesso à documentação ilegalmente e por meio escuso; operação prendeu agentes envolvidos no caso

Minas Gerais|Ezequiel Fagundes, da Record TV Minas

Depoimento do empresário foi encontrado na casa da jornalista
Depoimento do empresário foi encontrado na casa da jornalista Depoimento do empresário foi encontrado na casa da jornalista

A Polícia Federal em Minas encontrou um depoimento sigiloso do empresário Joesley Batista, da JBS, na residência da jornalista Andrea Neves, irmã do deputado federal Aécio Neves (PSDB). É o que mostra documento da operação Escobar, desencadeada em Belo Horizonte, nesta quarta-feira (5), para coibir um suposto esquema de vazamento de dados de investigações confidenciais envolvendo dois escrivães da própria PF e três advogados de políticos e empresários.

Segundo a investigação, quem acessou o depoimento reservado de Joesley Batista foi o escrivão da PF, Márcio Antônio Camillozzi Marra, preso preventivamente na operação. Marra foi nomeado conselheiro do Cruzeiro Esporte Clube pelo advogado Ildeu da Cunha Pereira, que também está preso, conforme o R7 mostrou ontem. O cargo no Cruzeiro seria uma compensação pelos vazamentos ilegais.

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O depoimento vazado de Joesley Batista, principal delator da família Neves, faz parte da operação Capitu, desencadeada no passado para investigar a suspeita de um esquema de desvios de verbas no Ministério da Agricultura durante o governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Na época, Joesley e o ex-vice-governador de Minas Antônio Andrade (MDB) foram presos. Nem Aécio, nem Andrea são investigados pela operação Capitu.

"Ocorre que Andrea Neves (ou até mesmo seu irmão, Aécio Neves) não faziam parte das investigações do IPL 689/2018, que tramita em segredo de Justiça, razão pela qual não poderiam obter acesso, ainda que os documentos fosse obtidos legitimamente, dentro das prerrogativas dos advogados ou investigados que têm acesso aos autos", anotou, em despacho, a juíza Camila Franco e Silva Velano, da 4ª Vara da Justiça Federal em BH.

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Meio escuso

De acordo com a juíza Camila Franco, a documentação encontrada na casa de Andrea não tem assinatura. Portanto, só poderia ter sido acessada por um policial que detém senha especial, no caso o delegado ou pelos escrivães. "Tais fatos sugerem fortemente que a investigada Andrea Neves teve acesso a referidos documentos sigilosos por meios escusos", escreveu a magistrada.

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Três advogados e dois escrivães da PF, além de Andrea Neves estão entre os investigados pela operação Escobar. A irmã de Aécio Neves foi intimada a depor.

O outro lado

A reportagem entrou em contato com o advogado de Andrea Neves e aguarda um posicionamento. A PF não se manifestou sobre a prisão dos dois escrivães. Em nota, o presidente do conselho do Cruzeiro, ex-senador Zezé Perrella, informou que nomeou o desembargador Wanderley Salgado de Paiva no lugar do escrivão Márcio Antônio Camillozzi Marra.

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