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Marcos Valério é inocentado da acusação de ter regalias na prisão

Conselho disciplinar da Penitenciária Nelson Hungria não encontrou provas sobre as irregularidades; decisão precisa ser analisada pela Justiça

Minas Gerais|Ezequiel Fagundes, da RecordTV Minas

Marcos Valério está preso em Contagem (MG)
Marcos Valério está preso em Contagem (MG)

O ex-empresário Marcos Valério foi absolvido em um processo disciplinar aberto pela Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte. Ele era suspeito de ter recebido tratamento privilegiado na Apac (Associação de Proteção e Assistência aos Condenados em Sete Lagoas, na região central de Minas Gerais. A decisão ainda depende de análise da Justiça.

Por falta de provas, Marcos Valério foi inocentado por três votos a zero pelo conselho disciplinar do complexo penitenciário. A absolvição foi considerada uma vitória da defesa porque o ministro Luís Roberto Barroso, do STF (Supremo Tribunal Federal) adiantou que só vai analisar o pedido de prisão domiciliar quando essa pendência for resolvida. A outra exigência de Barroso é o pagamento da multa do processo do mensalão, estimada em R$ 4,5 milhões.

Regalias

Marcos Valério era acusado pelo Ministério Público de diversas regalias. Entre elas, ausência de uso de algemas durante deslocamentos, visitas fora da data permitida, encontro com familiares fora da prisão e utilização de telefone. Além disso, teria saído para ir diversas vezes ao dentista, em uma média de duas ou três vezes por semana, sem algema, sem escolta, e tendo como motorista o presidente da Apac.


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Depois das acusações do MP, Valério deixou em setembro a unidade de Sete Lagoas, que tem regime bem mais brando, para voltar cumprir pena de 37 anos de cadeia do processo do mensalão do PT na Penitenciária Nelson Hungria.

Na época, o presidente da Associação, suspeito de receber dinheiro de Valério, e os demais membros da diretoria foram afastados. Para ficar totalmente livre do processo disciplinar, a decisão do conselho ainda terá que ser analisada pelo juiz da Vara de Execuções Penais de Contagem, Wagner Cavaliere.


Delação

Em julho do ano passado, o empresário fechou um acordo de delação premiada definitivo com a Polícia Federal em Belo Horizonte. O jornalismo da RecordTV apurou que ele entregou uma mala contendo um acervo documentos para comprovar o que disse no acordo de delação. Em outubro, a proposta foi homologada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Celso de Melo. Valério delatou vários políticos, especialmente do PT e do PSDB.


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