Mulher de promotor de BH pode ter sido vítima de lesões por violência
Fontes indicam que laudo do IML diverge do atestado de óbito que apontou engasgamento; investigação ainda não foi concluída
Minas Gerais|Akemi Duarte, da Record TV Minas
Fontes ligadas à investigação sobre a morte de Lorenza Maria Silva de Pinho, esposa do promotor de Justiça André Luís Garcia de Pinho, de Belo Horizonte, indicam que a mulher pode ter morrido em função de lesões provocadas por violência.
Conforme já mostrou a reportagem, a perícia realizada pelo IML (Instituto Médico Legal) deve divergir do laudo médico que atestou o falecimento de Lorenza. O documento, no entanto, ainda não foi divulgado oficialmente por causa da decretação de segredo de Justiça sobre o caso.
O atestado de óbito indica que Lorenza foi vítima de “pneumonite, devido a alimento ou vômito, e autointoxicação por exposição intencional a outras drogas”. Na data, o marido alegou que a companheira teria se engasgado enquanto dormia sob efeito de medicamentos.
O atestado foi assinado pelos médicos Itamar Gonçalves Cardoso e Alexandre de Figueiredo Maciel, que socorreram Lorenza quando ela teria passado mal, no último dia 2 de abril, no apartamento da família, no bairro Buritis, na região Oeste de Belo Horizonte. A ambulância do Hospital Mater Dei foi acionada por Pinho.
Procurado, o advogado Robson Lucas, que defende Pinho, informou que não vai comentar sobre o laudo do IML, já que ainda não teve acesso ao documento. Segundo ele, o promotor deve depor ainda nesta semana.
Depoimento
Itamar Gonçalves Cardoso esteve no MPMG (Ministério Público de Minas Gerais), nesta segunda-feira (19), para prestar depoimento sobre o caso. A expectativa é que os relatos do especialista ajudem a concluir as investigações. Cardoso ficou na sede do órgão que investiga o caso durante quase três horas e saiu sem falar com a imprensa.
Relembre o caso
Pinho está preso temporariamente como suspeito da morte da esposa, desde o último dia 4 de abril. Em entrevista à Record TV Minas, os filhos do casal saíram em defesa do pai e afirmaram que ele não teria coragem de tirar a vida da companheira. A família de Lorenza questionou a versão de engasgamento.
Com a prisão do pai, os cinco filhos do promotor e Lorenza, com idades entre 2 e 16 anos, estão sob a guarda de amigos da família. Por determinação da polícia, o corpo de Lorenza de Pinho passou 11 dias no Instituto Médico Legal e só foi liberado no dia 13 de abril para ser sepultado em Barbacena, a 280 km de Belo Horizonte.