Mulher de veredor cassado é condenada por calote a condomínio
Esposa do ex-presidente da Câmara de BH, Wellinton Magalhães, terá de pagar R$ 12.354,85 de despesas atrasadas em imóvel investigado pela PF
Minas Gerais|Ezequiel Fagundes, da Record TV Minas
A Justiça condenou a mulher do ex-presidente da Câmara Municipal de Belo Horizonte, o vereador cassado Wellington Magalhães, a pagar vencimentos atrasados de um terreno localizado em um condomínio fechado, em Esmeraldas, na região Metropolitana de Belo Horizonte.
O imóvel está na lista de bens que Magalhães omitiu da Justiça eleitoral e de seu imposto de renda, no valor total de R$ 2,6 milhões, situação que levou a Polícia Federal a indiciar o político por falsidade ideológica eleitoral, conforme mostrou o R7.
Leia mais: Vereador cassado é indiciado por omitir R$ 2,6 milhões
De acordo com a sentença, Kelly Jaqueline Maciel deu um calote de R$ 12.354,85 no Condomínio Aldeias do Lago, autor da ação de cobrança, o que gerou inandimplência nos encargos condominiais dos meses de meses de dezembro/2017, janeiro/2018, março/2018 e abril/2018.
Segundo a Polícia Federal, Kelly agiu como "laranja" do marido para ocultar o terreno, avaliado em R$ 155 mil. Magalhães ainda é suspeito de ter omitido um carro de luxo (R$ 185 mil), uma casa em um condomínio fechado (R$ 380 mil) e de ter subavaliado sua mansão na região da Pampulha, em BH, que, na realidade, vale R$ 2,7 milhões e não R$ 780 mil.
Um laudo de apuração de enriquecimento ilícito elaborado sobre análises de dados financeiros da PF constatou crescimento patrimonial no total de R$ 1,4 milhão em benefício de Magalhães e sua esposa, entre 2010 e 2016.
Além dos R$ 12.354,85, Kelly foi condenada a arcar com os encargos condominiais posteriormente vencidos, incidindo correção, juros desde os respectivos vencimentos e os custos processuais de 10% do valor da condenação.
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A condenação é 3 de junho, portanto, ela tem 15 dias para apresentar recurso. Se não pagar de forma amigável, o advogado que defende o condomínio disse que vai solicitar à Justiça o bloqueio de bens para quitar o débito.
Em 2018, Kelly chegou a ser presa junto com outras cinco pela operação Político Sujo, da Polícia Civil e Ministério Público Estadual, por suspeita de envolvimento em desvios de contratos de publicidade da Câmara Municipal de BH.
Magalhães também teve a prisão decretada, ficou foragido durante uma semana, depois se entregou e foi encaminhado para penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, na Grande BH. O casal responde os processos em liberdade.
A reportagem entrou em contato com o advogado de Kelly e aguarda um posicionamento.