Saúde de MG alertou prefeituras sobre rigor na fila de vacinação
Em reunião, membros da Secretaria de Saúde avisaram gestores municipais sobre risco de faltar vacina em caso de "fura-fila"
Minas Gerais|Lucas Pavanelli, do R7, e Enzo Menezes, da RecordTV Minas

A SES-MG (Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais) alertou municípios para a possibilidade de faltar vacinas para os grupos prioritários, caso eles optassem por não seguir a ordem determinada pelo PNI (Plano Nacional de Imunização), do Ministério da Saúde.
O aviso foi feito em uma reunião CIB-SUS (Comissão Intergestores Bipartite), em 18 de fevereiro, dois dias depois de a própria SES-MG ter dado início à imunização de seus próprios servidores. Ao todo, 828 funcionários foram vacinados contra a covid-19, sendo que mais de 300 não faziam trabalho de campo. A convocação da pasta para imunização de seus funcionários previa até mesmo quem estava em "home office".
Durante a reunião, que contou com representantes da pasta, a Coordenação de Imunizações apresentou uma Recomendação sobre os Grupos Prioritários. De acordo com o ofício nº 33/2021, "não seguir a ordem priorizada pelo PNI pode acarretar na falta de vacinas para os grupos de maior risco de adoecimento e óbito pela covid-19".
O documento também informa que o PNI recomendava, em primeiro lugar, a imunização dos profissionais de saúde que estivessem em unidades de atendimento à covid-19, mas que ficou "facultado a cada UF [unidade da federação] definirem em esfera bipartite essa estratificação de acordo com suas respectivas realidades locais".
A SES-MG também alertou aos municípios que não haveria doses extras de vacinas caso a ordem de prioridade de vacinação fosse alterada pelos gestores municipais.
Naquele momento, o Estado de Minas Gerais havia vacinado 73% dos profissionais de saúde e dava início à imunização de idosos com mais de 90 anos. No entanto, os servidores que atuam na Cidade Administrativa começaram a ser vacinados contra a covid-19.
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Fura-fila
A reunião do dia 18 de fevereiro contou com a participação do então secretário-adjunto de Saúde, Marcelo Cabral. Ele foi exonerado no último sábado (13), juntamente com o então secretário Carlos Eduardo Amaral.
O R7 e a RecordTV Minas revelaram, na semana passada, que servidores da Secretaria de Estado de Saúde, mesmo fora do grupo prioritário, foram vacinados contra a covid-19.
O caso motivou a abertura de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, que requereu o envio da lista oficial de servidores imunizados. Na ultima sexta-feira (12), o Governo de Minas encaminhou um documento com nomes de 828 pessoas vacinadas.

