Romeu Zema defendeu projeto de reajuste para segurança pública
Reprodução/Record TV MinasO governador de Minas Gerais Romeu Zema (Novo) disse nesta quarta-feira (12) que lamenta a greve dos professores da rede estadual e pediu "sacrifício" aos servidores da educação, que entraram cruzaram os braços nesta terça-feira (11).
Zema esteve no programa Balanço Geral, da RecordTV Minas, nesta quarta-feira (12) e defendeu o aumento salarial de 41,7% para os servidores da segurança pública, disse que o Estado está gastando de forma inteligente e que não tem condições de abrir mão do ICMS da gasolina, como propôs o presidente Jair Bolsonaro, recentemente.
Confira trechos da entrevista:
Aumento para servidores da segurança pública:
Segundo o governador Romeu Zema, o reajuste para as forças de segurança do Estado é necessário porque outras categorias foram contempladas com aumentos salariais nos últimos anos e, a segurança, está há seis anos sem reposição da inflação. Um projeto de lei de autoria do governador tramita na Assembleia e pede autorização para aumento de 41,7% nos salários até 2022.
— Nós temos de olhar um cenário maior. Durante o último governo, várias categorias tiveram aumento. O que estamos propondo para as forças de segurança é apenas uma reposição. Se não me engano, o último reajuste foi em 2014. Entre 2016 e 2019, os crimes violentos em Minas Gerais caíram 53% e os homicídios, 37%. Estamos fazendo um trabalho inteligente: menos gente fazendo mais.
Reajuste para servidores da saúde e educação:
Zema disse que o principal é resolver o problema financeiro do Estado e que o reajuste da segurança pública é "para o futuro". De acordo com o governador, o aumento é gradativo e conta com as economias que poderão ocorrer ao longo dos próximos anos.
Os professores da rede estadual entraram em greve nesta terça-feira (11) e reivindicam aumento de 12% nos salários, fim do parcelamento e pagamento do 13º do ano passado.
— Durante o governo anterior, várias categorias tiveram reajustes, aumentos. A segurança não teve. Então, estamos fazendo um ajuste considerando o que foi praticado no passado. Quem ficou mais defasado, caso da segurança, estaria em primeiro na fila.
Greve dos professores:
O governador criticou a greve dos professores e disse que o momento exige "sacrifícios".
— Eu lamento. Tenho certeza que a maioria dos pais e mães de alunos tem a mesma opinião. Não é o momento adequado de greve, sei que a adesão está sendo muito, muito pequena. E temos muito mineiros em situação pior, com 1 milhão e meio de desempregados. É hora de fazer sacrifício.
Confira a entrevista completa:
Resposta a Rodrigo Maia:
O governador também comentou a declaração do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, que disse que a aprovação de um aumento para os servidores da educação inviabilizaria a adesão de Minas ao Regime de Recuperação Fiscal que, dentre outras medidas, liberaria o Estado de pagar as parcelas da dívida com a União durante um período.
— Eu dou toda razão para ele. Quando se fala em aumento, a ideia que se tem é exatamente essa, de estar sendo irresponsável. Mas hoje, a Polícia Militar de Minas tem 5 mil homens a menos do que tinha há 11 anos atrás. O número está encolhido e as taxas de criminalidade têm melhorado, principalmente nos últimos dois, três anos.
Chuvas na região metropolitana
Sobre as chuvas, Zema destacou a atuação da Defesa Civil e as doações às vítimas de inundações.
— A Defesa Civil fez um belo trabalho. Tivemos muitas doações de pessoas, de empresas. Isso deixa claro que estamos tendo uma mudança de postura, do governo e da sociedade. O que se via, no passado, era desvio de doações, infelizmente.
Diminuição do ICMS dos combustíveis
Romeu Zema também disse que não poderia abrir mão do ICMS da gasolina, em resposta a uma declaração do presidente Jair Bolsonaro, que disse que zeraria a incidência dos tributos federais (Cide e PIS/Cofins) dos combustíveis, se os governadores fizessem o mesmo com o ICMS do produto.
— Eu gostaria demais, seria meu sonho reduzir o ICMS. Quem não quer pagar menos imposto? O que o presidente propôs, no momento, nenhum governador adotou, nem vai adotar. Para o governo federal representa pouco, mas para os estados isso representa muito. Ele está dando o anel e nós, os dedos"