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Zema pede desculpas a artista preso injustamente 17 anos em MG

Eugênio Fiúza, confundido com um estuprador na década de 1990, disse que aceita desculpas do Estado, mas cobra indenização

Minas Gerais|Garcia Júnior, da Record TV Minas

Fiúza disse que usou a fé para se salvar na prisão
Fiúza disse que usou a fé para se salvar na prisão Fiúza disse que usou a fé para se salvar na prisão

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), se encontrou nesta quarta-feira (23) com o artista plástico Eugênio Fiúza, preso injustamente por 17 anos após ser confundido com um estuprador conhecido na década de 1990 em Belo Horizonte como “Maníaco do Anchieta”.

Zema aproveitou o encontro para, em nome do Estado, pedir desculpas oficialmente pelo erro judicial.

A reunião foi realizada na Cidade Administrativa, na região Norte de Belo Horizonte, e foi mediada pelo jornalista da Record TV Minas, Eduardo Costa. O governador classificou a situação vivida por Fiúza como “grande injustiça” e afirmou que, em momentos assim, o Estado deve abandonar a impessoalidade.

— É um descaso com o ser humano. O Estado, apesar da distância com o cidadão, merece tratar a pessoa de forma diferente em casos como esse, tão injusto e tão longo. Não sei quantos “Eugênios” temos em Minas e no Brasil, mas precisamos demonstrar que o Estado reconhece o erro.

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Veja: Homem confundido com maníaco fica preso mais tempo que culpado

Em entrevista à Record TV Minas, Eugênio Fiúza afirmou ter aceitado prontamente o pedido de desculpas feito pelo governador. Apesar disso, ele reiterou que aguarda o pagamento da indenização de R$ 2 milhões, quantia a qual o Estado foi condenado a repassar ao artista plástico.

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— Se for para a fila do precatório, é questão do país. Se for um país de humanidade e política correta, ele me indenizaria agora. Eu não vou ficar aguardando fila.

O artista plástico lembra que contou com a proteção divina enquanto esteve preso, além de aproveitar de ter feito “política” para não sofrer nenhuma retaliação dentro da cadeia.

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— Lá tem crime organizado, tudo. Eu não fiquei inseguro, fiquei tranquilo. Tentaram me pegar várias vezes, mas eu me segurei e Deus me segurou.

Preso por engano

Eugênio Fiúza de Queiroz foi condenado a 37 anos de prisão e passou 17 anos na cadeia. Segundo sua defesa, em agosto de 1995 ele estava conversando com sua namorada em uma praça do bairro Colégio Batista, na região Leste da capital mineira, quando foi abordado e algemado sem mandado de prisão.

Ele teria sido reconhecido por uma das vítimas de uma série de estupros que ocorreram na época, em um caso que ficou conhecido como "Maníaco do Anchieta". Na delegacia, outras vítimas também o apontaram como o autor dos abusos. Com base nesses depoimentos, o artista plástico foi indiciado por cinco estupros e, depois, condenado. Fiuza disse, ainda, que confessou os crimes à época, depois de ter sido submetido a torturas física e psicológica.

O artista plástico só foi solto em 2012, depois que o verdadeiro Maníaco do Anchieta, Pedro Meyer, foi reconhecido por uma vítima e confessou os crimes. O real criminoso ficou detido por seis anos, 12 a menos que Eugênio Fiúza, até ter a soltura determinada pela Justiça em agosto de 2019. Condenado a nove anos de prisão, ele cumpriu dois terços da pena, o que lhe deu o direito à progressão de regime, na ocasião.

A Justiça havia condenado o Estado a pagar uma indenização de R$ 2 milhões por danos morais e mais R$ 1 milhão por danos existenciais, mas o Governo Estadual recorreu e conseguiu anular a indenização de menor valor. Fiúza também recebe uma pensão vitalícia no valor de cinco salários mínimos.

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