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Carne 3D: qual será o gosto de um bife impresso?

Alimentos finalizados por bioimpressoras são cultivados em tanques próprios para seu crescimento

André Azeredo|Do R7

A carne celular, ou carne in vitro
A carne celular, ou carne in vitro

Uma carne produzida em laboratório, cultivada a partir de células-tronco de vacas ou suínos, e que toma forma por meio de uma bioimpressora 3D. Isso mesmo, um bife impresso. Você comeria algo assim?

Pois bem, essa é a aposta de parte da indústria alimentícia para oferecer novas opções de proteína (carne) a uma população mundial que só aumenta, tem fome e precisa de comida.

Essas carnes 3D são processadas em biorreatores. Simplificando, biorreatores são como tanques, onde as células de carne vão ser cultivadas para que cresçam e se desenvolvam.

A impressora biológica 3D cria o tecido da carne. É o mesmo princípio das impressoras 3D já existentes que usam um tipo de material plástico para imprimir o objeto desejado.


A previsão é que as carnes feitas em bioimpressoras cheguem ao consumidor a partir deste ano. A estimativa para a oferta chegar ao consumidor é até 2025, caso neste ano não seja possível.

Assista a um vídeo sobre o assunto:


Segundo a ONU, a demanda por alimentos vai ser 70% maior até 2050. A produção de carne bovina como é feita hoje (bichos criados em pasto) entra num controverso debate devido ao impacto ambiental que ela causa, consumindo muita água e liberando gás metano, que influencia no efeito estufa, segundo os críticos.

A primeira empresa a produzir a carne impressa foi uma firma britânica, em 2013. Mas ainda havia muito estudo e teste a ser feitos.


O resultado mais promissor — que está mais próximo de tornar real o consumo por nós — foi realizado por uma startup de Israel chamada Aleph Farms. A carne fabricada pela Aleph tem parceria com o Instituto de Tecnologia Israelense. Essa parceria já rendeu um teste “valendo”.

Astronautas que estavam na Estação Espacial Internacional conseguiram imprimir carne em 2019. Isso explica o entusiasmo pela chegada da nova forma de fazer bifes aos meros mortais.

Mas tem outras empresas nessa nova corrida alimentícia. Memphis Meats. Cubiq Foods. Mosa Meat. Todas essas empresas são consideradas startups — empresas que apostam em novas ideias.

Veja abaixo mais um exemplo:

A textura da carne cultivada em biorreatores e impressa em 3D ainda gera controvérsias pela sensação que ela provoca na boca. Afinal, não se trata propriamente de um bife como conhecemos.

Por isso, existe grande probabilidade de o produto desembarcar no mercado consumidor como carne moída ou no formato de hambúrguer.

A “carne de impressora” também é conhecida como carne celular ou carne in vitro.

Uma pequena empresa dos Estados Unidos já vende para Singapura esse tipo de carne feita em laboratório, só que de frango.

No Brasil, uma startup de Duque de Caxias (RJ) vem trabalhando na produção de peixe com essa tecnologia. Alemães já estão nesse ramo também.

Não sei vocês, mas estou ansioso para experimentar essa carne. Será que é boa? Tem gosto de carne mesmo?

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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