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André Azeredo - Blogs

Guerra Israel x Hamas é pretexto para delinquência na Holanda

Torcedores do Maccabi Tel Aviv foram agredidos em Amsterdã

André Azeredo|André AzeredoOpens in new window

Torcedores israelenses são agredidos em Amsterdã Reprodução/Redes Sociais

Com todo o respeito, associar a pancadaria em Amsterdã ao antissemitismo é reducionista e simplório demais. Até porque houve provocações e abusos de ambos os lados, de ambos torcedores.

O preconceito contra judeus é real, grotesco, nojento e cruel, aliás como qualquer preconceito, sobretudo contra povos que, como os judeus e indígenas, foram exterminados em larga escala ou alvo de gravíssimos e deploráveis episódios de violência, como os africanos escravizados.

Mas desde que eclodiu a guerra entre Israel e Hamas no dia 7 de outubro de 2023, fruto de um sanguinário ataque terrorista protagonizado pelo grupo terrorista palestino, as discussões incluem conceitos distantes do que deveria ser debatido quando o assunto é conflito no Oriente Médio, em especial à criação de dois estados e a sobrevivência do Estado de Israel (na minha opinião necessário).

Imperialismo, subjugação, esquerda, direita, capitalismo, resistência, colonizadores, colonizados. Vários conceitos importados de forma descontextualizada para uma discussão que tem uma história muito mais complexa do que a maioria tem interesse em saber, na verdade.


Israel x Hamas virou um Fla x Flu ideológico no mundo ocidental. Houve comemoração, sim, da morte de israelenses - judeus e não judeus, aliás - no dia 7 de outubro. E há comemoração da morte de civis inocentes e indefesos da Faixa de Gaza na ofensiva que cada vez mais parece sem propósito capitaneada pelo exército israelense.

Se o Hamas é uma ideia, que não pode ser extirpada com uma ação militar como repetem os militares judeus, quando será suficiente a ação militar no sul do país?


Dito isso, o que vimos em Amsterdã é a tradução violenta de “tomar um lado” sem saber o contexto. Reproduzir uma guerra na rua de forma infantil, irresponsável e com consequências graves.

O time holandês Ajax, inclusive, tem um histórico de ligação com a comunidade judaica holandesa.


Mas a porradaria, o vandalismo e as agressões são movidos, neste caso, por pessoas que não pensam no conflito ou na integridade de qualquer povo. Isso é só pretexto para uma rapaziada cheia de raiva, ódio, louca pra brigar, afirmar masculinidade e geralmente aditivada nos entorpecentes arrumarem confusão.

Para além do antissemitismo que existe e não é pequeno, realmente acho que na capital holandesa foi uma manifestação violenta de baderneiros e criminosos que mal sabem a ideologia que dizem defender com uma bandeira pró Palestina ou com a Estrela da David.

A guerra é só mais um combustível para mentes doentias. Embora, no atual contexto, se fosse torcedor do time de Tel Aviv não pagaria pra ver até onde vai a insanidade de pseudo-justiceiros inconformados que a força militar superior de Israel.

Só precisamos nos assegurar que esses conceitos deturpados não alimentem mais batalhas campais urbanas protagonizadas por quem entende pouco ou nada de Oriente Médio.

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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