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Pelé, a manchete

Sou da geração que viu Pelé ser adjetivo para qualificar alguém de muito destaque e competência profissional no trabalho. Assim, surgiram vários 'Pelés', como sinônimos de talento

Arquivo Vivo|Percival de Souza, da Record TV

O Jornal da Tarde, vespertino do Estadão, começou a circular em 4 de janeiro de 1966. Eu trabalhava lá, e a matéria que seria a primeira manchete era discutida com fervor na redação. Ganhou a preferência um furo do repórter Vital Battaglia: ”Pelé casa no Carnaval”. Na primeira página, uma foto ilustrava a informação com uma imagem da noiva. O jornal que revolucionaria a imprensa brasileira provocava assim uma corrida para o assunto. Minha missão era dar uma nova roupagem ao jornalismo policial. Mas naquele dia fiquei admirado com o furo de Battaglia, um dos melhores repórteres que o futebol já teve. O Jornal da Tarde, pela lente do fotógrafo Domício Pinheiro, capturou uma das melhores imagens do Rei do Futebol.

Sou da geração que viu Pelé ser adjetivo para qualificar alguém de muito destaque e competência profissional no trabalho. Assim, surgiram vários “Pelés”, como sinônimos de talento.

Eu comecei a ouvir falar dele por morar perto de Bauru, onde tenho um amigo de infância, ele deu seus primeiros passos no Esporte Clube Noroeste. Em 1958, já em São Paulo, ao ver o time que iria disputar a Copa do Mundo, fiquei intrigado: como colocar na seleção um garoto de 17 anos? Mas o adolescente, nascido na mineira Três Corações, iria brilhar como futuro maior craque de todos os tempos. Já dava para perceber.

Os jogos do Santos eram um espetáculo, um balé do futebol. Sou são-paulino, mas ver aquele ataque em campo... Dorval, Mengalvio, Coutinho, Pelé e Pepe. Um ataque arrasador, que vi várias vezes jogar no estádio do Pacaembu, ficando atônito, como outros, com aquele futebol-arte. Era imperdível. Hoje, posso dizer com orgulho: eu vi Pelé jogar. E o vi também no campo do Juventus, o “moleqe travesso” da época, num jogo em que, de fato, o time da rua Javari, na Mooca, tinha uma estrela no ataque chamada Buzoni. Deu muito trabalho para o Santos.

Edson Arantes do Nascimento, majestade da bola. Inesquecível. Inigualável. Único. Gente como ele não morre. Fica encantada em nossa memória.

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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