Avaliação; Honda HR-V 1.5 turbo quer brigar com modelos médios
Versão topo de linha tem motor 1.5 turbo de 177 cv que custa R$ 184 mil e prepara terreno para o ZR-V
Autos Carros|Do R7 e Marcos Camargo Jr.
A segunda geração do Honda HR-V chegou ao Brasil neste ano após muita expectativa, uma vez que a primeira geração fez bastante sucesso por aqui e pelo mundo. Por isso, a montadora japonesa fez modificações profundas no SUV compacto, que ganhou um visual arrojado e futurista. O R7 Autos Carros, que já testou o crossover no lançamento, ficou uma semana com a versão topo de linha Touring, vendida por R$ 184.500, para analisar de perto quais são os pontos positivos e, também, negativos do novo Honda HR-V.
NOVO HR-V 2023: perguntas e respostas. Veja o vídeo!
Vale lembrar que o HR-V agora transita em dois segmentos; o dos compactos (que ele realmente é) e dos médios, no caso das versões com motor 1.5 turbo de 177cv e também por conta de suas dimensões.
Antes de mostrar o que pode ser melhorado, é preciso falar sobre o design do novo Honda HR-V. Mesmo nas versões turbinadas o estilo do novo HR-V muda pouco. Na versão Touring as rodas são de 17 polegadas e contam com um desenho exclusivo e há acabamento preto brilhante nos para-choques, caixa de rodas e também um filete cromado na dianteira sendo idêntico, no restante, aos modelos de entrada da linha. Por dentro os modelos mais caros têm opção de acabamento em couro claro.
Em relação às medidas, o novo Honda HR-V mantém os 4.385 mm de comprimento,
2.610 mm de entre-eixos, 1.590 mm de altura e 1.790 mm de altura. O porta-malas com abertura elétrica tem 350 litros de capacidade e o tanque de combustível pode levar até 50 litros.
É preciso investir em conectividade
A Honda é conhecida por ser uma marca inovadora, uma vez que investe em muitas tecnologias em diversas áreas como nautica e motos. No segmento automotivo também é responsável por ditar tendências tecnológicas como o Honda Sensing, presente no novo HR-V quando a maioria dos modelos compactos e mesmo não traz itens como controle de Cruzeiro adaptativo.
O novo Honda HR-V vem equipado com uma central multimídia de 8 polegadas touchscreen com conexão com Android Auto e Apple CarPlay sem fio. No entanto, o design desse equipamento é antiquado e destoa do painel de linhas limpas e horizontais. Mas quando comparado com concorrentes como Volkswagen T-Cross e Taos a multimídia VW Play de 10 polegadas traz aplicativos nativos e comandos simplificados. Já o Chevrolet Tracker já traz assistente Alexa, da Amazon, e Spotify nativos, que não precisam de um smartphone para funcionar, além é claro, da internet a bordo. Mas a Honda vem melhorando a conectividade gradativamente ao oferecer o pacote myHonda Connect, só que entrega muito pouco perto dos rivais.
Honda Sensing é o futuro já presente
Se falta conectividade sobra segurança uma vez que o novo HR-V Touring vem equipado com o sistema de segurança Honda Sensing.
Para isso, traz controle de cruzeiro adaptativo, que auxilia o motorista a manter uma distância segura em relação ao veículo à sua frente e manter uma velocidade ajustável por meio de botões no volante. Também traz a tecnologia CMBS, que é uma frenagem para mitigação de colisão com o acionamento de frios ao detectar uma possível colisão frontal. Também tem sistema de permanência de faixa, que enxerga as faixas de rodagem e ajusta a direção, deixando o veículo centralizado nas linhas de marcação da via.
O novo Honda HR-V também tem o sistema para mitigação de evasão de pista, que detecta a saída da pista e ajuda a manter a direção com objetivo de evitar possíveis acidentes. Por fim, traz ajuste automático do farol, que se ajusta de acordo com a situação.
Outros itens de segurança presentes no SUV compacto são freios ABS com distribuição eletrônica de frenagem, assistente de tração de estabilidade, assistente de partidas em aclive, controle de descida, seis airbags, câmera de ré com multivisão, sistema fixação para cadeirinhas infantis, assistente para redução de ponto cego, chave com função Smart Entry com controle remoto, abertura e fechamento dos vidros e destravamento das portas por sensor de aproximação na chave, entre outros equipamentos.
Motor turbo agora feito no Brasil
Certamente, o motor 1.5 DI VTEC Turbo Flex caiu como uma luva no novo HR-V. Esse propulsor entrega 177 cv a 6.000 rpm com torque de 24,5 kgfm a 1.700 e 4.500 rpm. A transmissão é automática do tipo CVT e traz Paddle Shifts no volante para um guiar mais esportivo. Inclusive, o modelo tem os modos de condução eco, normal e sport.
Esse motor confere um consumo de 7,9 km/ na cidade e 8,8 km/l na estrada com etanol. Já com gasolina faz 11,3 km/l no trecho urbano e 12,6 km/l no trecho rodoviário.
Na prática do dia a dia
Ao longo da semana em que o R7 Autos Carros ficou com o novo Honda HR-V foi possível testá-lo tanto na estrada quanto no trecho urbano. O consumo ficou conforme os dados da etiquetagem do Inmetro, o que é positivo diante dos concorrentes.
O motor 1.5 litro turbo surpreende, pois confere uma boa saída sem muito esforço e tem retomadas ágeis e confiantes com mínimo ruído. A transmissão do tipo CVT faz pouco barulho e não atrapalha o propulsor sendo um avanço em relação à geração antiga. Assim, quem estava acostumado com o HR-V que saiu de linha em 2021 não sentirá nenhuma saudade do motor aspirado e do câmbio CVT. No HR-V o conjunto é bem mais disposto.
O conforto interno é bom, mas para quatro passageiros, um quinto ocupante vai apertado no banco do meio traseiro. Mas há saídas de ar-condicionado para quem vai sentado atrás, bem como há entradas USB para recarregar o celular. O ar-condicionado ainda é digital automático de duas zonas. Carregar objetos no novo Honda HR-V fica ainda mais fácil com a tecnologia Magic Seat, que permite rebater os bancos de diversas formas, facilitando o acesso de equipamentos para dentro do veículo. Tirando a central multimídia de "tubo", o visual interno é elegante e traz um painel de instrumentos digital com tela de TFT de 7 polegadas.
Rivais no segmento de SUVs compactos
O novo Honda HR-V tem rivais de peso, uma vez que estão na frente nos números de vendas por terem bons itens de série e motorizações turbo com um preço mais acessível. Enquanto a Honda vende o HR-V Touring por R$ 184.500, a Volkswagen oferece o T-Cross Highline com motor 1.4 turbo de 150 cv por R$ 163.510. Já o Chevrolet Tracker tem preços a partir de R$ 119.090, mas a configuração rival é a Premier com motor 1.2 turbo de 133 cv.. Por fim, o Hyundai Creta Ultimate, que tem motor de 2.0 litros de 167 cv, pode ser comprado por R$ 167.190.
Com esses valores, o Chevrolet Tracker foi o SUVs compactos mais comprado em outubro com 8.496 unidades licenciadas. Já o Volkswagen T-Cross ficou na segunda posição com 5.590 unidades emplacadas. Logo atrás ficou o Hyundai Creta com 5.048 unidades comercializadas. Já o novo Honda HR-V teve apenas 2.603 unidades vendidas no mês passado.
Rivais do segmento de SUVs médios
O novo Honda HR-V Touring também pode brigar com SUVs médios. Neste caso, pode tentar conquistar os clientes do Volkswagen Taos Comfortline 250 TSI, que tem motor de 1.4 litro turbo de 150 cv, é vendido por R$ 180.190. Outro rival, que pode perder clientes para o SUV da Honda, é o Chevrolet Equinox na versão de entrada Premier, mas tem um custo maior, pois parte de R$ 212.580. O líder da categoria de crossovers compactos, o Jeep Compass também é um concorrente, mas na opção de entrada Sport T270 com motor de 1.3 litro turbo de até 185 cv. O utilitário esportivo pode ser comprado por R$ 171.990.
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Mas vale a pena comprar um Honda HR-V Touring?
Sim, vale a pena comprar um novo Honda HR-V Touring, apesar de faltar conectividade. Contudo, o SUV compacto tem um conjunto mecânico que dificilmente dará trabalho com manutenções fora do comum. Essa motorização ainda entrega potência e economia, o que é bastante procurado atualmente. O conforto interno é bom com bancos que abraçam o motorista e os passageiros. O nível dos materiais colocados no interior são de alta qualidade, o que no futuro, quando o crossover tiver uma boa quilometragem rodada, não fará aquela barulheira de plástico batendo.
*Com a colaboração Felipe Salomão
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