Os últimos dois anos tem sido desafiadores para o cenário de carros elétricos da Ford. A gigante norte-americana desenhou uma estratégia acelerada para carros elétricos a bateria mas esbarrou na aceitação do consumidor e nos preços altos. Ao divulgar o balanço esta semana a Ford projetou uma perda de US$ 5 bilhões com a divisão de carros elétricos e serviços de tecnologia, cerca de R$ 28 bilhões. Apesar do lucro um pouco mais alto que o previsto o cenário para a Ford é bastante desafiador. No último trimestre de 2024 após ter acelerado a produção da F-150 a combustão e reduzido o ritmo da elétrica que na verdade nem chegou à escala comercial os números chegaram a US$ 1,8 bilhão revertendo o prejuízo de US$ 500 bilhões do terceiro trimestre do ano passado. As ações da Ford caíram 5% mesmo com uma receita total de US$ 48,2 bilhões em 2024, o que significa cinco bilhões acima do previsto. O CEO da Ford Jim Farley disse aos investidores que as tarifas de 25% sobre produtos mexicanos anunciadas por Donald Trump podem prejudicar os negócios da Ford. No entanto Farley disse que a medida não deve ser duradoura e que acredita que Trump não iria prejudicar negócios de empresas dos Estados Unidos. A Ford quer mais modelos híbridos dentro dos próximos dois anos. As vendas globais de modelos híbridos superaram os 187 mil veículos enquanto os elétricos chegam a 97 mil. Na Europa há grandes desafios como os modelos elétricos de baixa aceitação, o fim decretado de modelos que vendem bem como o Focus e a estratégia de uma nova geração da Ecosport. Na China a marca tem SUVs como o Territory PHEV enquanto as vendas da Ranger vão muito bem na América do Sul e todas essas mudanças não devem afetar em nada o mercado abaixo da linha do Equador.