Song Plus aposta na economia de combustível e preço contra o Compass; veja teste
SUV híbrido da BYD tem motorização de 235 cv e autonomia de até 1100 km com um tanque cheio e bateria carregada
Autos Carros|Marcos Camargo Jr. e Marcos Camargo Jr.
Em um segmento dominado pelo Jeep Compass é preciso mostrar diversas qualidades para tentar destronar o líder de vendas da categoria. Uma aposta da BYD é o Song Plus DM-i com motorização híbrida de 235 cv, que é capaz de andar até 1100 km com um tanque cheio e bateria carregada. Outro atributo do crossover é o preço de R$ 269.990, que com desconto de até R$ 30 mil reais cai para R$ 239.990, ficando mais barato do que a configuração topo de linha Trailhawk do SUV da Jeep, que é negociada por R$ 255.290, e, também, do que o Compass 4xe híbrido, que ultrapassa os R$ 347 mil. Além disso, o R7 Autos Carros pode notar que o utilitário esportivo tem suspensão e tecnologia pensados para o brasileiro.
BYD Song Plus: o SUV híbrido que roda 1.100km com 1 tanque e é mais barato que Tiggo 8 e Compass 4XE. Veja o vídeo!
O BYD Song Plus DM-i, lançado no Brasil no ano passado, é um modelo chinês, que chegou para acabar com aquele estigma de que o carro vindo da China não é bom. Pelo contrário, o crossover tem um visual agradável e alinhado ao gosto do brasileiro tanto por fora quanto por dentro. Também está preparado para enfrentar as ruas do país com suspensão independente McPherson na dianteira e independente multibraço na traseira, o que o deixa mais confortável e ajustado para enfrentar buracos no dia a dia. Na frente e atrás há mola helicoidal, proporcionando uma mínima flutuação.
O BYD Song Plus DM-i mede 4,70 metros de comprimento, o que é grande, mas não dificulta a vida do motorista nas vagas apertadas de estacionamento de shoppings e mercados. O entre-eixos tem 2,76 metros e a largura 1,89 metro, o que permite transportar três adultos nos bancos traseiros sem nenhum aperto. Inclusive, não há túnel central, conferindo ainda mais comodidade. A altura é de 1,68 metro, o que não atrapalha o motorista e passageiros mais altos. O porta-malas é de 574 litros, permitindo carregar um bom número de bagagens e "tranqueiras" do dia a dia. As rodas são de 19 polegadas calçadas com pneus 235/50.
Conectividade
Em relação à conectividade, o BYD Song Plus DM-i traz painel de instrumentos 100% digital e uma ampla central multimídia de 12,8 polegadas com sistema giratório. Desta forma, segue a receita de outros modelos da marca como o Dolphin, lançado recentemente. A multimídia permite sem dificuldade conectar os sistemas Android Auto e Apple CarPlay sem fio e com fio, mas quando eles estão conectados a tela não gira. O motorista também pode utilizar o sistema de navegação GPS e Spotify integrados sem a necessidade de espelhar o smartphone, que pode ser carregado por cabo ou por indução.
Equipamentos
Vendido em versão única, o BYD Song Plus DM-i traz sistema de som premium Dirac, ar-condicionado dual zone, faróis em LED Crystal Diamond e lanternas com projeção dinâmica e conjunto de segurança com seis airbags com os assistentes de condução como controle dinâmico, controles de tração e estabilidade, alerta de manutenção do carro na faixa, alerta de tráfego cruzado, ISOFIX, sensor de ponto cego, ionizador e purificador de ar, banco do motorista e passageiro com ajustes elétricos, sistema Auto Hold, freio de estacionamento elétrico, entre outros.
No volante
O BYD Song Plus DM-i tem uma boa ergonomia, mas o volante poderia ter apoios mais largos para os dedos e o banco elétrico uma maior amplitude de ajustes. Contudo, não são problemas que desapontam o motorista no uso diário.
Sob o capô, protegido por uma capa plástica, o BYD Song Plus DM-i vem equipado com um motor 1.5 litro aspirado, que entrega apenas 110 cv e 11 kgfm de torque. Esse propulsor trabalha alternando com o propulsor elétrico de 179 cv com 32,2 kgfm de torque. Juntos entregam 235 cv com 40,8 kgfm de torque. Apenas com o conjunto elétrico é possível rodar 29 km, já que o SUV híbrido plug-in tem bateria de 8,3 kWh, o que é permite fazer recargas na tomada sem precisar da motorização a gasolina 100% do tempo.
O BYD Song Plus DM-i é o mundo ideal para o Brasil, que ainda carece de infraestrutura para carros elétricos. Deste modo, é possível ter uma ampla economia de combustível e o silêncio de um veículo eletrificado. Quem for utilizar esse crossover apenas no final de semana para viagens ou passeios economizará muito, pois dificilmente estará em um posto de combustível com frequência. Mesmo quem utilizar todos os dias para ir de casa ao trabalho também contará com uma grande economia de gasolina.
O BYD Song Plus DM-i tem autonomia marcada no computador de bordo de até 1100 km com um tanque cheio e bateria carregada. No entanto, o Inmetro diz que o modelo pode fazer 905 km no trecho urbano e 777 km no trecho rodoviário, o que já é bastante. O SUV híbrido plug-in chegou a fazer a média do Inmetro, que é de 15,6 km/l na cidade e de 13,4 km/l na estrada, o que é um número bom para um carro que pesa até 1.700 kg.
Além de economia de combustível, o BYD Song Plus DM-i também entrega um bom desempenho, já que não há dificuldades em sair da inércia e nem nas retomadas. O crossover, que não é um veículo esportivo, pode fazer de zero a 100 km/h em apenas 8,5 segundos, mas a velocidade máxima é de 150 km/h, o que não atrapalha na estrada, que tem limite de no máximo 120 km/h.
Vale a pena?
O Song Plus DM-i ainda é mais caro do que as versões de entrada do Jeep Compass 100% a combustão, mas é mais barato do que a configuração topo de linha e da híbrida Compass 4xe, vendida por R$ 347.300. Já o outro rival chinês, o GWM Haval H6 tem o mesmo valor da versão PHEV AWD, que sai por R$ 269.000. Contudo, é mais caro do que a opção Haval H6 HEV, que custa R$ 214.000.
O BYD Song Plus DM-i também pode rivalizar com o Toyota Corolla Cross nas versões híbridas XRV Hybrid, vendida por R$ 202.690, e por R$ 210.990 na opção XRX Hybrid, mas leva vantagem pelo sistema híbrido, que o faz ser mais econômico do que o SUV japonês.
Além da economia de combustível e potência do motor, o utilitário chinês também consegue entregar qualidade no acabamento interno e externo e, também, um pouco de ousadia no visual e na conectividade com uma grande tela giratória. Mas falta uma tração integral como o modelo da Jeep e da GWM.
*Com a colaboração Felipe Salomão
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