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Após atrito, Haddad e Pacheco se reúnem para discutir desoneração dos municípios

Encontro deve ser nesta segunda. Assunto estremeceu relação entre os dois. Para Haddad, decisão de manter desoneração foi uma "pancada". Já Pacheco defende que jamais permitiria voltar alíquota de 20% via medida provisória

Blog da Farfan|Tainá Farfan

Ministro se reunirá com Rodrigo Pacheco nesta segunda-feira (8)
Ministro se reunirá com Rodrigo Pacheco nesta segunda-feira (8) Diogo Zacarias/MF - 29.02.2024

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, deve participar de um almoço na residência oficial do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), nesta segunda-feira (8), para discutir a desoneração da folha de pagamentos dos municípios. O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, o líder do governo na Casa, Jaques Wagner (PT-BA), e o líder no Congresso, Randolfe Rodrigues (sem partido-AP) também devem participar.

O assunto gerou atrito entre os dois na semana passada, após decisão de Pacheco de deixar caducar o trecho da medida provisória (MP 1202/2023) que tratava sobre a reoneração dos municípios.

Nos bastidores, a avaliação é que a decisão do presidente do Congresso foi uma “pancada” para Haddad, já que a medida impacta em cerca de R$ 10 bilhões de reais nos cofres da União, não estava previsto no orçamento, e atrapalha ainda mais o objetivo do governo de alcançar a meta de zerar o déficit nas contas públicas.

A Fazenda gostaria que a alíquota da contribuição previdenciária dos municípios passasse dos 8% para 20% ainda neste mês, mas sabia da resistência no legislativo. Porém, contava que o Congresso Nacional analisaria o projeto de lei que trata sobre o assunto antes de definir sobre manter a desoneração. Pacheco prorrogou alguns pontos da MP por sessenta dias, mais deixou esse de fora, fazendo com que perdesse a validade.


Já Pacheco disse ao blog ter alertado desde o início que o assunto só seria tratado por projeto de lei e que “está claro que não permitiríamos voltar a alíquota de 20% por MP”. Ele afirmou, ainda, não ver “problema em avaliar a proposta do governo antes das eleições”, mas precisaria “conversar com os municípios”.

Com o pano de fundo das eleições municipais, dificilmente há clima no congresso para reonerar municípios antes do pleito.


No fim de março, o governo apresentou ao congresso um projeto de lei, desenhado pela Fazenda, sobre o assunto. A proposta prevê desoneração para cidades abaixo de 50 mil habitantes - não mais 156 mil habitantes - e receita corrente líquida per capita de R$ 3.895. A ideia seria escalonar a reoneração, iniciando em 14% de contribuição patronal em 2024 e aumentando 2% por ano, até chegar em 20%, em 2027. A projeção do governo seria de atender 2,5 mil municípios. Porém, a proposta, até o momento, segue parada.

De acordo com Haddad, o governo pretende acionar a Justiça para pedir a derrubada da desoneração, já que o legislativo não apontou fonte de recurso para a renúncia fiscal.

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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