Crédito automotivo “estagna” e pode comprometer crescimento da indústria
Alta da inadimplência e das taxas de juros comprometem futuro do setor
RESUMO DA NOTÍCIA
Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

Caros leitores, digníssimas leitoras: o grande “buchicho” do mercado neste mês foi a redução do IPI dos veículos novos.
O chamado IPI verde...
Uma parte (pequena) dos carros foi agraciada com descontos de até R$ 11 mil. Mas a grande maioria deve ficar na mesma — até teremos aumento de preço.
Mas, toda e qualquer tipo de desoneração deve ser comemorada.
Essa redução, que é um ato positivo (????) do atual governo não vai resolver quase nada para a indústria.
O cerne central de qualquer tipo de negócio é a oferta de crédito: quando falamos de produtos de alto valor agregado, mesmo imaginando o carro “popular” próximo de R$ 70 mil, se não existir uma linha crédito para comercializar esse produto, ele não vai para frente!
E por que estamos falando sobre isso?
Pois os últimos dados divulgados comprovam que a oferta/demanda de crédito está degringolando!
As informações sobre dados de crédito (em unidades monetárias) divulgadas pelo Banco Central vai até maio. Neste ano, tivemos R$ 105,3 bilhões em concessões contra R$ 105,4 bilhões sobre igual período do ano passado. Ficamos no “zero-a-zero”. E qual foi a quantidade de carros vendidos neste mesmo período? Alta de 7% — percebam aqui, que essa alta inicial nas vendas de veículos, não foi motivada pelo crédito; ou seja, sem a oferta de crédito, nenhum mercado consegue se sustentar!
A média atual do mercado é termos um em cada três carros vendidos financiados (34% do total vendido). Em um período de quase seis meses a retração na participação dos financiamentos caíram dois pontos percentuais e estamos ladeiras abaixo.
Como ponto comparativo, nossa média histórica é de 38%, e nem se compara com a nossa marca histórica que foi de 49%.

E por qual motivo acreditamos que deveremos ter uma piora neste quadro?
Além da taxa de juros básica (SELIC) se encontrar na ESTRATOSFERA, outro fator que cresceu (e foi procurar a SELIC lá na estratosfera) foi a inadimplência...
O volume em atraso e em inadimplência das carteiras de financiamento chegaram a quase 11% no mês de maio. Esse é o pior resultado nos últimos 23 meses e com tendência de alta!

O que temos no momento é uma tempestade perfeita:
As taxas de juros do financiamento de veículos aumentaram em 10% em um ano; o nível dos contratos em atraso e em inadimplemento saltou 9% também em um ano; o prazo médio dos financiamentos reduziu 2%.
O que queremos apontar é que não adianta (SÓ) fazer uma redução da carga tributária para ajudar alguns modelos e principalmente marcas e esquecer de fazer o óbvio!
Segundo os nossos colegas mineiros lá de “belzonte”, esta redução do IPI foi perfeitamente sintetizada por eles: Tá ruim, mas tá bom!
Para melhorar o desempenho do setor automotivo, e todo o cenário econômico, é crucial focar em medidas que estimulem o crescimento e a estabilidade; além de políticas fiscais e monetárias adequadas (e impopulares).
Sem uma melhora efetiva e concreta dos pilares fundamentais da economia, nós iremos continuar a andar de lado como caranguejo.
É como se você, caro leitor, estivesse com uma mega inflação na garganta e fosse até o pronto-socorro, e o médico que lhe atendesse lhe desse duas opções de tratamento: a primeira, seria tratando com uma injeção de Benzetacil que vai te ajudar — praticamente na hora — mas vai doer horrores (e você sempre se lembrará da dor); ou então ser tratado com Florais (vulgo placebo) e “esperar para ver o que acontece”.
Preciso falar de que forma a nossa “saúde econômica” está sendo tratada?
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