CoronaVac também não deve ser aplicada em grávidas, diz bula
Ministério orientou, em 27 de abril, que todas tivessem prioridade na vacinação. Anvisa mandou suspender AstraZeneca para o grupo
Christina Lemos|Do R7
Ao contrário da orientação nacional expedida pelo Ministério da Saúde em 27 de abril, a bula das duas principais vacinas utilizadas para a imunização em massa no Brasil desautorizam o uso em grávidas.
O ministério orientou que fosse dada prioridade a todas as grávidas e puérperas na vacinação contra a covid-19. Nova determinação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), divulgada na noite desta segunda-feira (10), mandou suspender a aplicação do imunizante da AstraZeneca/Oxford para o grupo. Também a bula da CoronaVac não prevê a aplicação em grávidas.
No capítulo “uso na gravidez e lactação”, a bula da CoronaVac dirigida ao paciente informa: “Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou cirurgião dentista”.
E explica ainda: “Estudos em animais não demonstraram risco fetal, mas também não há estudos controlados em mulheres grávidas ou lactantes”.
Há 14 dias, o Ministério orientou que grávidas, com ou sem comorbidades, e também puérperas passassem ao grupo prioritário de vacinação. Ao todo, estima-se que estes dois grupos reúnam mais de 3 milhões de mulheres.
Na manhã desta terça-feira (11), o estado de São Paulo, promotor da fabricação da CoronaVac no Brasil, por meio do Instituto Butantan, anunciou a suspensão temporária da vacinação de gestantes com comorbidades, prevista para começar hoje, "em virtude do comunicado da Anvisa".
A orientação da agência refere-se apenas à AstraZeneca/Oxford, mas o estado decidiu pela suspensão geral, até nova orientação do Programa Nacional de Imunização.
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