Crise na aliança: Centrão vive racha e até perfila com opositores
Partidos importantes da aliança que dá sustentação ao Planalto assinaram hoje nota conjunta em defesa da Democracia. Iniciativa veio em reação a declarações de Bolsonaro que puseram em dúvida eleições de 2022.
Christina Lemos|Do R7
Importantes legendas que participam de maneira formal ou informal do bloco de apoio ao Planalto no Congresso denominado de Centrão assinaram hoje nota em defesa da democracia e do voto eletrônico - combatido por Bolsonaro -, num primeiro sinal de desidratação da aliança com o presidente. Figuram como signatários da manifestação pública conjunta dirigentes partidários do Solidariedade e do Democratas, ao lado de partidos que hoje estão na oposição ao governo, como o PSDB.
A situação acentua o desconforto e o isolamento de defensores considerados “incondicionais” de Bolsonaro, que hoje se apoia no PP, Republicanos, PTB, além de legendas menores, como PROS, PSC, Avante e Patriota. Essas agremiações reúnem menos de 120 votos na Câmara dos Deputados, onde há 513 cadeiras. O próprio presidente segue sem partido, após romper com a legenda pela qual se elegeu, o PSL, que também se perfilou aos partidos signatários da nota de hoje.
Alguns destes dirigentes admitem que estão sendo cobrados a combater a escalada do discurso de Bolsonaro contra o voto eletrônico. Os ataques ao presidente do TSE agravaram este quadro. “A retórica radical precipita o isolamento de Bolsonaro ao seu eleitorado cativo”, avalia um destes dirigentes, em reserva. Este cenário seria o pano de fundo da queda de popularidade do presidente, registrada por pesquisas nos últimos dias.
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