Ex-ministro Pazuello “vai pra cima” em CPI
General descarta lançar mão de recursos jurídicos como habeas-corpus preventivo ou recorrer ao direito de permanecer em silêncio. “Será mais incisivo que o senador Flávio Bolsonaro”, diz assessor
Christina Lemos|Do R7
O ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello comparecerá à CPI disposto a enfrentar o bombardeio dos senadores da oposição com munição pesada. “Pazuello nunca ficará em silêncio e nem levará habeas-corpus”, diz auxiliar próximo ao general. “Ao contrário. Será mais incisivo do que o senador Flávio Bolsonaro foi ontem”, declara, confirmando que o estilo do ministro é de “ir pra cima”, se provocado.
Na quarta-feira (12), o senador Flávio Bolsonaro compareceu à CPI, bateu-boca e trocou ofensas com o relator, senador Renan Calheiros (MDB/AL). A discussão ocorreu ao final do depoimento do ex-secretário de Comunicação da Presidência, Fábio Wajngarten, que chegou a ser ameaçado de prisão pelos senadores por, segundo eles, faltar com a verdade.
O depoimento de Pazuello, previsto para a semana que vem, é aguardado com expectativa. O militar, muito próximo a Bolsonaro, esteve no comando do Ministério da Saúde durante o período mais crítico da pandemia do coronavírus. E é visto por parte dos senadores como responsável pelos principais erros da gestão federal.
Pazuello também se prepara para responder a questionamentos sobre a carta entregue ao Planalto pela Pfizer - visto como principal documento a comprovar suposto descaso do governo com a compra de vacinas.
“O governo sempre continuou as tratativas com a Pfizer. Nunca parou de negociar”, declara o assessor, que atua na equipe de defesa do ex-ministro. “A carta era uma forma de tentar acelerar a venda. Normal no mercado. Tanto que a carta é direcionada para várias pessoas”, argumenta.
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