Brasília aguarda para hoje a efetivação do interino Ivan Monteiro como presidente da Petrobrás, após reunião do Conselho de Administração da empresa, que pode ocorrer nas próximas horas. O governo, que é acionista majoritário, tem toda a pressa na decisão - na verdade, uma formalidade - e aguarda que o executivo assuma o posto para definir que os reajustes dos combustíveis deixarão de ser diários e passarão a mensais.
Este blog apurou que a idéia conta com a concordância do novo presidente da estatal, que admite a necessidade da previsibilidade de preços para consumidores e para o próprio mercado. A solução porém, não resolve a escalada dos custos, motivada por fatores internacionais. Ivan Monteiro deixou claro ao governo que, para manter-se competitiva, a empresa não pode deixar de ter como parâmetro os preços do mercado internacional e tampouco ficar exposta à “concorrência predatória”, nos períodos em que ocorra redução de preços do petróleo ou da cotação do dólar.
O Ministério de Minas e Energia cancelou hoje reunião anunciada pelo ministro Moreira Franco em nota oficial na sexta-feira. O emedebista havia informado que grupos técnicos do MME e da Fazenda continuariam hoje a discussão da fórmula para reduzir o impacto das altas súbitas de preços ao consumidor. No entanto, a ordem do Planalto é fortalecer a Petrobrás, antes de mais nada. “Não vamos fazer marola num momento em que a empresa precisa de estabilidade. Seria dar força para os especuladores”, declara auxiliar próximo ao presidente Temer.