Movimento é em reação ao resultado das eleições.
ISAAC FONTANA - 02.03.2021/FRAMEPHOTO/ESTADÃO CONTEÚDOO governo federal ainda não contactou formal ou informamente as principais lideranças entre os caminhoneiros que bloqueiam a circulação em vários pontos de rodovias de 11 estados e do Distrito Federal. O principal interlocutor da categoria na esfera federal era o então ministro Tarcísio de Freitas - eleito neste domingo governador de São Paulo.
O ex-titular da pasta de Infraestrutura atuou como negociador em várias situações de crise com os caminhoneiros no correr do governo Bolsonaro e viabilizou que a mensagem presidencial chegasse a líderes estratégicos da categoria - que não tem uma organização formalizada. Por meio de aplicativos de mensagem de celular, o ex-ministro e o próprio Bolsonaro chegaram a se dirigir a grupos de caminhoneiros em diversas situações, seja para pedir a suspensão de protestos ou para acenar com medidas financeiras de apoio, no auge da alta dos combustíveis.
O blog apurou que contados informais começam a ser feitos e que o governador eleito pode agir, a pedido do presidente, para negociar o desbloqueio. No entanto, o ambiente em Brasília é de desmobilização, após a derrota de Bolsonaro nas eleições. A maioria dos ministros não divulgou agenda de trabalho nesta segunda-feira. No Executivo Federal vigora uma espécie de compasso de espera pela iniciativa presidencial após o resultado das urnas, o qual Bolsonaro ainda não comentou.
Alguns motoristas retidos nos comboios em rodovias não concordam com o protesto. É o caso de Fabiano Ribeiro Machado, que está na fila de caminhões, na BR 101, próximo ao trevo de Içara, em Santa Catarina. "Estou parado em cima da rodovia contra a minha vontade! Eu e vários, aqui. Estamos sendo usados", reclama. Machado afirma que a barreira foi montada por poucos caminhões e tratores e foi suficiente para reter todos os outros veículos. "Isso é uma farsa!" - declara, com indignação. "Liberem uma pista e o movimento acaba", completa.
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