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Ordem executiva do tarifaço sai amanhã e Brasil já espera o pior

Medida que impõe barreira inédita a produtos brasileiros nos EUA precisa ser publicada na quinta para valer na sexta-feira

Christina Lemos|Do R7

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Trump deve assinar ordem executiva do tarifaço nesta quinta Reprodução/Record News - 30.07.2025

Brasília está na contagem regressiva para a publicação do instrumento jurídico-fiscal que pode significar uma histórica barreira a produtos brasileiros no segundo maior mercado para exportadores do país, os Estados Unidos. A Ordem Executiva — equivalente à medida provisória — fixando em 50% a taxa de importação para todos os itens vindos do Brasil deve ser assinada por Trump amanhã, para cumprir o prazo de início da restrição determinado pelo presidente americano e passar a valer na sexta, primeiro de agosto.

A pressão exercida por Washington e também pelo setor produtivo no Brasil fez o governo Lula eliminar rapidamente de seu discurso a palavra “reciprocidade”, usada como resposta imediata a partir de 9 de julho, por “diálogo” e “negociação”, sem, contudo, alcançar avanços seja para amenizar a taxação, seja para adiá-la.


RESUMO DA NOTÍCIA

  • A Ordem Executiva de Trump impõe uma taxa de importação de 50% para produtos brasileiros, com efeitos a partir de sexta-feira.
  • O governo brasileiro enfrenta pressão e busca alternativas diante da iminente restrição que impactará gravemente as exportações.
  • Ministros alertam que a tarifa inviabiliza operações significativas, como as da Embraer, e pode causar demissões em massa.
  • Estados como o Ceará, com alta dependência do mercado americano, já buscam apoio federal para mitigar os efeitos da tarifa.

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Se efetivada, a ordem executiva coloca o Brasil no topo das nações taxadas por Trump e submete o país à condição pior do que a da China – que não esteve sujeita à exigência de caráter político e obteve adiamento de 90 dias para a adoção das barreiras.

Os cenários admitidos por membros do Executivo do Brasil são sombrios, mesmo que quatro ministérios tenham providenciado medidas paliativas de socorro imediato aos exportadores atingidos.


Fernando Haddad, da Fazenda, assume que não é possível “encontrar mercados alternativos no mês que vem” para estes setores. Em seu pacote de socorro — com algumas propostas que ainda terão de passar pelo Congresso — estão medidas para evitar demissões em massa motivadas pela quebra nas cadeias produtivas em setores que vão da manga ao avião, passando pela madeira e pelo aço.

“A tarifa de 50% inviabiliza as operações da Embraer nos Estados Unidos”, deixa claro o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho. “No mercado americano temos hoje mais de 1.700 aviões da Embraer e se esta tarifa for mantida, vai aumentar em mais de US$9 milhões o custo de operação por avião” — explica.


O cenário nos estados é igualmente drástico, por exemplo, para o Ceará, proporcionalmente o mais afetado. Nada menos que 52% das exportações cearenses têm como destino o mercado americano — da castanha do caju ao pescado, passando pelo aço. Somente a ArcelorMittal exporta 78% do que produz para os Estados Unidos. Não por acaso, o governador Elmano de Freitas obteve atenção especial de Geraldo Alckmin, em busca de socorro federal para o que virá.

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