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Christina Lemos - Blogs

Planalto adota cautela e teme turbulência na segunda metade do mandato de Lula

Aliados veem risco para governabilidade. Presidente desmarca entrevista para avaliar crise

Christina Lemos|Christina LemosOpens in new window

Aliados do Presidente pedem cautela com revelação de plano golpista, que incluía assassinatos de autoridades Gastão Guedes (Sob Licença Creative Commons)

Diante da avalanche de revelações de fonte oficial relacionadas à possível tentativa de golpe planejada por grupo de pessoas ligadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro, incluindo a perspectiva de tentativa assassinato do então presidente eleito em 2022, aliados do presidente Lula recomendam extrema cautela na gestão dos desdobramentos políticos e jurídicos do episódio. A preocupação é evitar que a escalada do tema gere um “envenenamento das relações”, com reflexos sobre a sociedade civil.

A cautela é tal que o presidente Lula cancelou a entrevista coletiva à imprensa na tarde desta terça-feira (19), abrindo mão de colher pessoalmente os louros do sucesso do G20, que consagrou a principal marca de governo e biográfica do petista: o combate à fome e à miséria. Os eventos oficiais com a presença de Lula passaram imediatamente a ambientes internos, inclusive no fechamento do encontro de Cúpula.

O blog apurou que a orientação no núcleo de governo é aguardar “a decantação dos fatos” e observar a resposta da sociedade, sem saltar imediatamente ao ataque, tanto aos envolvidos diretamente quanto a adversários políticos, como Bolsonaro e familiares. A resposta no âmbito do governo será “a mais institucional possível”, deixando a cargo da Justiça as interpretações relativas à apuração tornada pública hoje pelo ministro Alexandre de Moraes.

A postura de reserva adotada pela maioria no círculo mais próximo à Lula segue o líder — se o presidente não se manifesta, é prudente aguardar. A preocupação central é com a governabilidade no curto e no médio prazos, na segunda metade do mandato de Lula. Afrontar setores militares, vulneráveis após as denúncias, não é opção neste momento no governo — segundo fontes responsáveis pelas relações com as três forças.

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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