Bolsonaro determina revisão de estratégias: "vamos melhorar".
Lorena - NotíciasOs minutos que sucederam a definição do primeiro da eleição presidencial revelaram o tamanho da surpresa e da decepção dos dois lados da disputa. Ao contrário das expectativas estimuladas pelos maiores institutos de pesquisa do país, a ampla dianteira de mais de 10 pontos do petista não se confirmou, e Lula terminou longe da vitória em primeiro turno. Do lado bolsonarista, pouco se comemorou a passagem para segundo turno com uma diferença de 5 pontos para o favorito. O presidente julgava que venceria com 60% dos votos.
As declarações de ambos os candidatos logo após a totalização dos votos revelam o tamanho da frustração. Em tom soturno, Bolsonaro atribui aos resultados da economia a chegada em segundo lugar para a disputa do segundo turno, assumindo que a culpa pelos preços altos e pela piora na condição de vida do cidadão sempre recai sobre o chefe do Executivo. E prometeu “melhorar” na exposição das realizações de seu governo nas próximas 4 semanas.
Escolado em disputas presidenciais que vão a segundo turno, Lula se esforçou para manter o entusiasmo da militância em seu primeiro pronunciamento após a conclusão da apuração. Insistiu que será preciso “convencer a sociedade” de seu projeto – que ele não detalhou neste primeiro turno. Previu mais trabalho, viagens e corpo-a-corpo com eleitores – que não chegou a fazer até aqui. Ao final convidou aqueles “que quisessem” a comemorar o resultado na Avenida Paulista, que havia sido reservada na expectativa de vitória em primeiro turno.
O dia seguinte ao 2 de outubro será de revisão de estratégias dos dois lados, de contar aliados vitoriosos e derrotados que ainda possam atuar na busca de votos e de mapeamento de nichos a conquistar. No entanto, a capacidade de firmar alianças amplia as chances mas não determina o sucesso da empreitada, como indicam os resultados das urnas, neste domingo.
Colaborou para o atordoamento do mundo político e de observadores a frustração de boa parte dos prognósticos dos institutos de pesquisa – cujos números serviram de parâmetro tanto para quem acreditou neles, quanto para aqueles que os contestaram, gerando um quadro pantanoso para especialistas em previsão política. A situação lança sobre as próximas semanas um clima de insegurança e dúvida crescente sobre como reagirá o eleitor no próximo dia 30.
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