As medidas de punição econômica à Rússia pela invasão da Ucrânia têm mostrado sucesso no esforço de estrangular a atividade no país, mas o mercado financeiro ao redor do mundo também é afetado pelo tranco inesperado. Nesta terça-feira (1º), a Bolsa de Valores russa está fechada, pelo segundo dia consecutivo. O bloqueio dos negócios deve perdurar também nesta quarta (2), sem previsão de retomada.
A justificativa do banco central russo para o fechamento da Bolsa é a “situação atual” – uma alusão ao contexto de guerra, sem contudo utilizar a palavra, vetada pelo governo Putin.
O turbilhão de problemas econômicos provocado pelas sanções busca pressionar o governo Putin por várias frentes: além de inviabilizar boa parte da operação financeira do país, impacta a opinião pública e colabora para desidratar o apoio político a Putin. “Existe outra Rússia para além de Putin, e nós estendemos a mão para esse outro lado da Rússia, que tem nosso apoio”, declarou nesta terça a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
Ao redor do planeta, a queda nas Bolsas é impulsionada pelo cenário de forte incerteza e pela falta de horizonte na solução para a guerra. Esta segunda-feira foi de queda generalizada nas Bolsas da Europa, epicentro da crise. Nos EUA, a Dow Jones fechou em queda de -1,32%. A exceção foi o mercado asiático, que operou em alta.
As sanções financeiras à Rússia impostas por União Europeia, Estados Unidos e Canadá e Suíça são as mais duras e sem precedentes da história. Entre elas, uma das mais severas é o bloqueio ao acesso às reservas financeiras do país – um terço do total desses recursos está depositado nesses países. Ao todo, as reservas russas passam dos US$ 630 bilhões.
As notícias também causam uma corrida bancária na Rússia, para saque em massa de recursos por parte da população, apesar dos esforços do governo para evitar essa mobilização, que oferece risco real ao sistema financeiro do país.