Saúde cobra estados para que sigam plano nacional de vacinação
Posicionamento do Ministério, ao qual a reportagem teve acesso com exclusividade, acontece dias após este blog abordar o tema
Christina Lemos|Do R7
O Ministério da Saúde encaminhou alerta a estados e municípios, na terça-feira (19), quanto a necessidade em seguir as orientações estabelecidas pelo PNI (Plano Nacional de Imunização) contra a covid-19 —doença sistêmica provocada pelo novo coronavírus. O posicionamento da pasta, ao qual a reportagem teve acesso, acontece dias após este blog abordar o tema.
No ofício, enviado ao Conass (Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Saúde) e ao Conasem (Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde), o órgão comandado pelo ministro Eduardo Pazuello destaca a importância de que todas as unidades de saúde do Brasil sigam as diretrizes estabelecidas pelo PNI. O objetivo, segundo o texto, é garantir a existência de doses suficientes para as duas aplicações previstas no primeiro ciclo do plano.
De acordo com o Ministério da Saúde, o país conta, até agora, com seis milhões de doses da vacina CoronaVac, disponibilizada pelo Instituto Butantan. Os imunizantes foram distribuídos pela pasta a todos os estado e o Distrito Federal. A meta é vacinar 90% cada grupo considerado prioritário.
Fluxo de doses de vacina é novo desafio
Sob forte pressão política e da opinião pública, a largada na campanha de vacinação com apenas 6 milhões de doses disponíveis cumpriu em parte o objetivo de tentar estancar o desgaste provocado por mais de 50 dias de atraso no início do processo, mas sujeita o governo federal a novo problema: o risco de descontinuidade ou de imunização insuficiente para conter o avanço do vírus.
No cenário mundial, com a falta de definição técnica e de planejamento para reservas antecipadas de doses, o Brasil entrará no fim da fila das nações que disputam a produção de poucos fabricantes estrangeiros.
O próprio ministro Pazuello admite que a solução está na fabricação local. O Instituto Butantan e a Fiocruz são até o momento os órgãos capacitados e acertaram antecipadamente a transferência de tecnologia de dois laboratórios. Mas têm condições limitadas de produção e dependem de insumos importados da China - com quem o governo brasileiro mantém relações diplomáticas ruins neste momento.
Estima-se que o Brasil precise de 300 milhões de doses para obter um nível seguro de imunização de parcela importante da população. A meta jamais chegou a constar dos planos do governo federal. O único contrato vigente neste momento prevê que dentro de três meses o país obtenha 46 milhões de doses fabricadas pelo Instituto Butantan.
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